DBR 2012 - 4º Dia - Serra da Aboboreira


....mais uma noite a dormir na minha tenda "fim-do-mundo". Desta vez estive tão quente dentro do saco-cama do Coelho que mais parecia dentro de um panelão, ou 8 ou 80...lol..... A Alvorada foi novamente às 06h15, mas acordei cheio de moral e confiança, tendo em conta a etapa de hoje. Estava reservada a Serra da Ababoreira, para efetuar 51 Km com 1600+ acumulado, nada que assustasse depois do que já tinha passado e sofrido. Seria assim a etapa da consagração.
      Na partida de hoje estavam juntos os 3 grupos do DBR: o Epic (225 atletas), o Adventure (187 atletas) e o Ride (202 atletas), onde partimos numa bonita moldura mais de 600 atletas. 
      O tempo esteva muito mais fresco, não se sentindo durante a etapa aquele "bafo" de ar quente, que de imediato necessitávamos de oxigénio...lol...
     Assim parti cheio de força, a rolar bem mais forte que nas etapas anteriores, pois não tinha nada a poupar, até àquela que estava marcada no gráfico como a principal subida e dificuldade do dia, situada entre o km 25 e 35.
     Estava a ser um dia em pleno, onde até nas quedas, dava espetáculo. Ou seja, numa curva a descer, bastante técnica, o pneu da frente ficou enterrado na terra que estava bastante solta, então vai daí saio disparado monte abaixo. Aí pensei, a esta velocidade lá vai a clavícula. Solução: dou uma grande cambalhota e fico logo de pé...que filme...lol...foi risada geral do público....não me peçam é para fazer outra igual...lol... Como estava a arriscar muito a descer, é normal as quedas também aparecerem, mas o trilho estava fantástico, para tirar mãos dos travões e curtir os single-tracks a grande velocidade e com o cabelo ao ar.
      Vai daí a apenas 4/5 Km do fim, começo a sentir a corrente a enrolar toda, não conseguindo sequer pedalar. Olhei para ela, ela olhou para mim e disse, já chega, não ando mais. Mais parecia um cobra, toda enrolada e torcida em vários pontos.      
     Como é possível isto acontecer-me mesmo a cheirar a meta? Mas foi, a cabeça bloqueou e a solução que encontrei foi sair da bicicleta e empurrar à mão nas subidas e retas e nas descidas apanhar balanço e tentar descer o mais rápido possível, isto durante 1 km. Comecei a ser ultrapassado por vários atletas, e foi aí que pensei que seria melhor tentar arranjar uma solução para mais esta contrariedade. Pois bem...azar..., quando ia a tirar a minha bolsa de ferramentas que carregava no selim, as mesmas tinham desaparecido, ora bolas, agora é que estava feito, não tinha nadinha de nada.
    Volvidos alguns minutos apareceu um atleta que se prontificou em ajudar, mas quando olhou para a corrente disse" ui como isto está, não tem solução, não vais conseguir acabar". Nem vale a pensa dizer o que me passou pela cabeça neste momento. Com muito esforço, metemos mais um elo rápido, depois de a muito custo a ter conseguido tirar da pedaleira, pois ficou lá presa. Mas mesmo assim estava torcida em vários sítios, onde a única solução era pedalar muito devagar, sem meter grande força, de forma a arrastar até à meta. Foi isso que fiz, com demasiada calma para meu gosto, que mais parecia um passeio à beira mar num domingo à tarde. Lá consegui terminar esta etapa e o DBR, triste por mais este azar, mas feliz por ter conseguido ser um FINISHER.
      Durante o percurso como pontos mais atractivos tivemos os monumentos Megalíticos, as Aldeias de Montanha, a ponte sobre o Rio Ovelha e os Singletracks longos, técnicos e cheios de adrenalina, que proporcionaram grandes descidas, e quedas também...lol...
Percorri assim os 51,5 Km com o tempo de 3H41m, com 1700+ acumulado, com mais um atraso de 30 minutos agarrado à corrente. No final ficou a história as 20H43m a pedalar nos 4 dias, em que consegui ficar no lugar 118º de entre os 155 que conseguiram concluir com sucesso o DBR. Uma palavra ainda para os cerca de 69 atletas que não conseguiram concluir, mas que de certeza para o ano estarão lá, para se vingarem...lol...Depois de um breve descanso, estava na hora do banhinho, guardar e desmontar a tenda que veio toda enrolada, pois ninguém conseguia meter uma coisa tão grande, num saquinho tão pequeno, ainda deu pra rir.
       Claro que o momento alto do dia, foi a entrega de prémios aos vencedores de cada categoria, que sem dúvida têm andamentos do "outro mundo".
Classificações Gerais: Nos elites masculinos ganhou de uma forma categórica Rui Guimarães, 2º Alejandro de la Pena e 3º José Rodrigues; em Open Women a grande vencedora foi a Campeã Espanhola de maratonas - Sandra Santanyes, 2º Celina Carpinteiro e 3º Ana Gonçalves; em Master Men- 1º Arlindo Gaspar, 2º Paelinck Peter e 3º António Catarino; em Seniors Men,- 1º Carlos Cabrita, 2º Eduardo Simal e 3º Abílio Moreira.
    Pois bem, não ganhei nenhuma Competição Olímpica, ou Campeonato do Mundo, nem mesmo de Portugal, mas ganhei o desafio, pela qual muito lutei, sofri com o calor, com as contrariedades, com os muitos quilómetros percorridos, o muito acumulado, o pouco sono, mas no fim a alegria por ter conseguido ser um dos privilegiados de ser um dos FINISHER no DBR2012. Esta medalha foi entregue pelo João Marinho, figura mais visível do DBR e que tem atrás de si uma equipa extraordinária de pessoas. Foi um momento muito significativo para mim e estava assim saudada a minha luta ao longo dos últimos 4 dias.
      Obrigado a todo o Staff do DBR, que estiveram sempre em alto nível, com uma prontidão e amor ao que faziam. Eles e nós, tornamos o DBR um sucesso, cimentando a posição que esta prova ocupa em termos nacionais e internacionais, conforme comprova os 100 estrangeiros presentes este ano.
      Uma palavra de amizade e agradecimento aos meus amigos e família, que ao longo dos dias, tiveram um bocadinho do seu tempo, para me deixar mensagens de coragem e força, e que eu lia e relia de noite deitado na minha tenda...obrigado..

Video da etapa 4 - Serra da Aboboreira:



o desfio está lançado para o DBR 2013....Are You Ready??????

DBR 2012 - 3º dia - Serra Alvão...empurra, empurra, empurra


...a noite já correu melhor, graças ao cobertor do vizinho, pese embora continuar a acordar dezenas de vezes.Uma vez mais a alvorada foi pelas 06H15, para os habituais afazeres matinais e os compromissos com o estudo que estava a colaborar. A etapa de hoje ia até ao Alvao, para cumprir a distância de 93 Km com um acumulado de 3100+.  As pernas estavam algo cansadas, mas pareciam estar minimamente preparadas para aguentar mais uma etapa dura. Claro que o problema da corrente estava sempre na minha mente, onde constantemente rezava para que não me deixasse ficar mal no dia de hoje.
     Assim, optei por circular de uma forma tranquila, sem forçar muito os andamentos. Pessoalmente gosto deste tipo de etapas, pois haviam um constante sobe e desce, muitas vezes apelidado de "rebenta pernas".
      Ao km 33 fiquei sem GPS, já com 1250+ de altimetria, o que me desagradou bastante, pois fiquei sem referencias nenhumas, e numa etapa tão longa, complica muito. Relativo ao percurso nunca tive problemas em seguir as fitas (marcações), já que todo ele estava sobejamente bem marcado, tendo sido este o sentimento geral de todos os atletas durante a totalidade das etapas.
     Para a Serra do Alvão, estavam marcadas várias passagens nos famosos "Rock Gardens" naturais. Muito técnicos, concentração e um pouco de loucura, para descer sempre montado em cima das máquinas, nestas autênticas descidas acentuadas de pedra, muita pedra. A descer continuo com muita confiança e grande parte dela aguentei-me bem, até que, para contar a história saboreei a dureza das suas pedras...lol...nada de grave, foi montar e seguir em frente.
       Claro que também passava sobre o Parque Natural do Alvão, com paisagens de cortar a respiração. Aqui, ao levantar a cabeça, (conforme ia tendo forças...lol...), ficava com vontade de parar de pedalar e ficar ali sentadinho horas a fio, a "navegar" sobre cada subida e descida, mas apenas com os olhos, aproveitando o silêncio e o retiro espiritual que este local nos oferece.
      Outro momento alto foi a Ponte de Arame sobre o Rio Olo. Neste local ia na roda de um outro atleta, quando se me deparo com a ponte. Digo-vos uma coisa, é linda, onde o primeiro sentimento que tive foi de parar e percorrê-la calmamente dizendo "pareço o Indiana Jones"...brutal esta ponte...tal como as fotos que foram lá tiradas.
       Claro que esperava ansiosamente chegar à queda de água das Fisgas de Ermelo, um local já muito conhecido por mim, mas que é sempre um prazer poder ver essa obra da natureza, que recentemente concorreu às 7 Maravilhas de Portugal entre as praias selvagens. Aqui tive muita inveja de ver várias pessoas a banharem-se naquela água fresca e límpida e eu a arder de calor...lol...
      Faltava o Monte Farinha ou Srª da Graça, local sempre bonito pelo menos de ver ao longe...lol...pois de perto, custa.....
     A grande diferença que senti para a Etapa do Marão, é que hoje as subidas eram penosamente efectuadas, muitas vezes a empurrar a "La Bella", graças às inclinações muito acentuadas. Demorei 08H19 a dar por término esta dura e sofredora etapa.
      Na reta da meta estavam o Leandro e o Coelho, juntamente com as suas companheiras, que gentilmente se deslocaram a Amarante para me dar um força e levar um saco cama para ver se eu dormia mais quente, pelo menos. Foi muito agradável estar com estes amigos sendo de louvar e registar este comportamento. Claro que aproveitei para lhes mostrar os principais locais da "Aldeia DBR", tal como a "minha tenda" e o Bike Park, para se poderem deliciar com as "máquinas". 
    Posteriormente o Paulo Lopes que reside em Amarante, também fez questão de ir dar um abraço e conversar um pouco, ao qual também agradeço muito.
     Depois destas surpresas sempre agradáveis, fui descansar um pouco, para logo de seguida fazer as rotinas normais, que tinham de ser sempre feitas.
     Estava na hora de mais um jantar para tentar recuperar ao máximo o peso e líquidos perdidos durante a etapa, onde segundo o Prof., um atleta nunca deve perder mais de 3 a 4% do seu peso numa etapa, sendo de extrema importância conseguir posteriormente recuperar ao máximo esse peso perdido.
     Claro que o momento alto, uma vez mais estava sempre marcado para mais uma sessão de fotos e vídeo extraordinárias, referentes ao dia de hoje. Era notório o aumento de pessoas na "aldeia", já que amanhã entravam em acção o pessoal do Ride e eram mais 202 atletas.
      A noite de certeza que ia correr melhor, em parte porque o pior estava feito e garças ao saco-cama do Coelho...lol...

video do 3º dia- Serra do Alvão:

DBR 2012 - 2º dia - Serra do Marão....sofrer, sofrer, sol, sofrer


..... a noite foi terrível, não consegui descansar nadica de nada, muito devido ao frio. A alvorada, estava marcada para as 06H15, pois ainda tinha de tomar o pequeno-almoço, equipar e preparar tudo para mais uma etapa e nada podia ser esquecido. 
    Dei continuidade ao estudo que já tinha anterior  ente participado na Universidade do Porto, onde diariamente quando acordava tinha de me pesar, de urinar para o copo, para ver o nível de hidratação que tinha e ainda descrever o mais minucioso possível o que tinha comido e bebido desde o término da etapa até àquele momento. No final voltava a fazer este processo, para apurar as diferenças e dar seguimento ao estudo.
      Pois bem, para hoje tínhamos o 2º dia- Etapa do Marão, que tinha uma extensão de 95Km, com um acumulado de 3020+. Isto só por si já parecia doloroso, mas ainda tínhamos para agravar mais a etapa o imenso calor que já se fazia sentir.
   Na meta, os atletas estavam dispostos conforme a classificação ob tida no dia anterior- prólogo, de forma a ser mais justo. O início estava sempre marcado para as 08H00, conforme o regulamento.
    Não obstante não ter descansado nada de jeito, parti confiante para esta etapa. Aproveitei o andamento bom de um grupo de atletas, para seguir com os mesmos. Contudo logo a seguir ao 1º abastecimento (Km 24), numa "picada" forcei a entrada de velocidade e a corrente encravou, meti ainda mais força e eis que acabei por a partir. Tinha um elo rápido, mas mesmo assim tive necessidade de pedir ajuda a um colega, mas com o stress as coisas não ficaram nada bem postas, e, eis que quando voltei a subir para a bicicleta e a meter força no pedal, ela voltou a partir e aí foi o desespero total. Já não tinha mais elos rápidos e já tinha perdido mais de 20 minutos nesta brincadeira e acima de tudo a pica e a confiança com que vinha a rolar até ao 1º abastecimento. Neste momento acreditem que me vieram muitas coisas à cabeça. 
      Depois de pedir ajuda a vários atletas, lá consegui arranjar um que tinha um elo de engate para corrente 10v e novamente com ajuda, as coisas desta feita ficaram bem e lá segui caminho, já muito atrás e sempre cheio de medo de voltar a ficar em terra. A cabeça aqui já não funcionava muito bem, e era apenas o espírito de sacrifício e dor, que me fazia seguir em frente. Então, marquei um novo objetivo: chegar ao próximo abastecimento e daí sucessivamente até à meta. Nestas paragens aproveitava sempre para encher o bidon, comer bem (melancia, laranja, melão, gomas, madalenas, bolachas, etc) e beber bastantes líquidos (coca-cola, água, bebida isotónica, powerwade) o máximo possível, pois a etapa estava a ser muito dolorosa, muito em parte ao calor que chegava perto do 40º. Muitas vezes nem sabia bem o que me doía mais, as pernas ou os braços, pois estes queimavam bem.
    Foram horas e horas a circular a solo, em que por vezes passava outros atletas, outras era ultrapassado, com muitas subidas já saboreadas por mim no "Montain Quest" feito em Janeiro com mais 3 amigos.As subidas no Marão, são intermináveis e mesmo as descidas são duríssimas. Não esqueço a subida de alcatrão com uma inclinação de 31%, ultrapassada com muita garra em "cima dela". 
   Passei pelas famosas aldeias de montanha, com pessoas sempre simpáticas a aplaudir e as sempre estonteantes paisagens sobre o Alto Douro Vinhateiro. Coleccionei no mapa as cidades de Amarante, Baião, Vila Real, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião e Régua.
     A muito sofrer lá consegui terminar esta etapa com o tempo de 7H51m, no total de 95,5 Km, com 3140+ altimetria, tendo gasto 5225 calorias, com a velocidade máxima de 61 Km/h,que medoooooo.
    De salientar que ainda estamos condicionados a ter de passar num ponto intermédio com determinado tempo estipulado, que se for ultrapassado, somos penalizados e temos de seguir por percurso alternativo até à meta.
        No final nas pesagens tinha perdido 1.300g., ficando com 66.2 no total de peso.
Fui de imediato guardar a bicicleta e meter as perninhas na água frio do rio, para recuperar o máximo possível.  
     Depois de descansar e relaxar um pouco, fui buscar a "La Bella" para lavar e lubrificar, que depois do sucedido e segundo a opinião dos mecânicos, não devia mudar a corrente, pois o mais certo é que teria de mudar tudo e ia ficar muito caro. Então decidi arriscar e se fez 70 Km sem partir, a ver vamos...
      Depois de um bom jantar foi altura de assistir ao Breaffing, onde sabe sempre bem assistir às fotos e video do dia, entrega dos prémios aos vencedores nas suas categorias, bem como a descrição da etapa seguinte que seria o Alvão.
      Mal acabou, saí logo a correr para caminha, onde esperava dormir um pouco melhor e mais quente, pois um colega tinha ido buscar um cobertor ao carro, já que as noites continuam terrivelmente frias.

Video do Dia 2 - Etapa do Marão:

DBR 2012 - 1º dia - Chegada à Aldeia DBR e Prólogo.

      Pois bem, chegou a hora de partir para a prova que escolhi como minha prioridade para 2012, ou seja a prova mais dura e longa existente em Portugal, denominada Douro Bike Race- DBR. A noite foi longa, com um remoer esquisito no estômago, seria nervos????...lol... Pois bem, pela manhã, tranquilamente fiz a viagem até à cidade de Amarante. Logo à saída da auto estrada comecei logo a ver as placas DBR, não havia nada a enganar.  Assim facilmente cheguei ao secretariado para levantar o meu Kit e assinar as respectivas autorizações a afins. Na altura da minha inscrição, foi-me atribuído o dorsal nº 112 (número de emergência) ..lol... pelo que me foi dado um dorsal para colocar na bike, uma pulseira e outros cartões todos com este número, bem como brindes dos patrocinadores. 
     Facilmente era percetivel a grandiosidade desta prova, tudo muito bem organizado, com um staff estraordinário, onde cada um sabia o que tinha a fazer, num ambiente que transparecia de enorme tranquilidade e controlo, pelo menos para os participantes, como eu. Quando estava a depositar a bicicleta no Bike Park (sempre devidamente guardado), cruzei-me com o João Marinho, rosto mais conhecido do DBR. Aqui, trocamos algumas palavras e o curioso é que o mesmo lembrava-se do meu nome e das brincadeiras e bocas que ia escrevendo no Facebook. Inclusive recordava-se do resumo que fiz no blog acerca do DBR, dizendo que estava impecável e que de certeza me tinha dado muito trabalho.  O João é uma pessoa muito simpática e acessível, sempre disposto a ajudar e a trocar uma palavra com todos, não obstante ser um atleta de top. 
   De seguida fui conhecer o meu "quarto". Ora bem, tinha comprado uma tenda, que já se encontrava montada e alinhada junto a outras dezenas, no jardim das Piscinas Municipais de Amarante. À primeira  vista agradou-me, já que o espírito desta prova também passava por aqui, mas....
     Faltava-me o reconhecimento geral a toda a "Aldeia DBR" e ter a noção do local onde tudo estava exatamente. Ainda cheguei a tempo para assistir à Conferença Imprensa das principais figuras presentes nesta prova, estando presentes nomes como: Celina Carpinteiro, Mário Costa, Emanuel Pombo, David Rosas, Carlos Cabrita, Alexandro de la Pena e Sandra Santanyes, só estrelas, mas de uma humildade e simplicidade que sinceramente não estava espera.
   No final, fui até à cidade descomprimir um pouco, onde aproveitei para almoçar na "Tasquinha da Ponte", restaurante onde antecipadamente tinha adquirido as senhas para jantar nos 3 dias seguintes da prova.
    A minha partida no prólogo estava marcada para as 15H20, pese embora tivesse de estar nos blocos de partida, 20 minutos antes, sob pena de ser logo penalizado.
     À medida que o tempo se aproximava começavam a desfilar as "máquinas" e as estrelas, em direcção à partida. Sem dúvida a roda 29, está na moda, pois eram estas que abundavam, nas suas mais diversas cores e marcas.
     O prólogo foi composto por 10 km, com 200+ acumulado, que se desenrolaram pelas artérias da cidade de Amarante, em circuito urbano e monte. Cada atleta saía espaçado de 30 em 30 segundos, em que subíamos uma plataforma e à contagem decrescente, era dada a ordem de largada.      
     Mais parecia uma partida de contra-relógio, muito bom mesmo, estava arrepiante aquela partida, cheia de crianças a bater palmas e a dar força aos atletas. Tive sorte de ser dos primeiros a partir, embora sob um forte calor. 
À partida seriam 10 kms tranquilos, mas enganei-me logo, pois as subidas e descidas constantes, a grande velocidade, facilmente fez disparar as pulsações, levando o GPS a apitar.        
    No meio da adrenalina, ainda disse para mim, bolas que barulho é este? não deve ser da suspensão, porque ela não apita...lol... Mas logo de seguida lá vinha mais uns apitos e foi aí que pensei, nem vou olhar para o GPS, senão ainda me assusto...lol....Posteriormente constatei que atingi a velocidade de 51 Km/h e uma pulsação de 180 bat., com o ritmo médio de 171 bat.. 
     Quando se rola a altas velocidades, por vezes fazemos coisas que quem está a assistir acha piada, tal como uma égua que fiz a curvar, fim do mundo...lol...mas não devo conseguir fazer outra igual.  O prólogo foi ganho pelo David Rosa com o tempo de 21m14s, que mais parecia um avião a andar...Em termos gerais fiz o tempo de 29m35s.
    Aproveitei o resto da tarde, para fazer algumas compras na cidade e preparar tudo para o dia seguinte. À noitinha depois do jantar, fui assistir ao breafing, onde foram entregues os prémios aos vencedores da etapa nos vários escalões, fotos e video do dia, bem como uma descrição pormenorizada da etapa do dia seguinte, neste caso, etapa do Marão.
     O que eu não sabia era que as noites eram tão frias. A tenda ficava cheia de humidade por dentro, chegando mesmo a pingar. Como não estava à espera disso, tive de dormir, o pouco que consegui, equipado como se fosse andar de noite, e, mesmo assim cheio de frio, amanhã vou ter de dar volta a isto...
     Pois bem, por hoje terminaram as emoções, foi um dia em grande para um amante do BTT.

Video estraordinário do 1º dia - Prólogo:

Douro Bike Race 2012 - Are You Ready...



  ARE YOU READY.....ora bem, para o ano de 2012 queria participar em algo duro, muito duro. Foi aí que após uma breve pesquisa, estava escolhido ....DBR, ou melhor DOURO BIKE RACE. Esta é uma das maiores provas por etapas e duras, que se realizam no nosso país, logo era a ideal para uma vez mais por à prova os meus limites, pois é assim que gosto de estar na vida e no desporto. Para mim não é importante se o meu vizinho, colega, amigo de equipa, ou ex-equipa, ou seja ele quem for, ande, treine, participe, ou conquiste algo mais extreme que eu. Não o invejo, ou se o faço procuro fazer pelo lado positivo, embora nem sempre a capacidade intelectual de alguns, não o conseguem distinguir. Pois bem, falemos um pouco do que é isso do DBR. 

     A Douro Bike Race (DBR) é um desafio que a dupla João Marinho e José Silva lança a todos os praticantes de BTT que gostam da natureza no seu estado mais puro. A prova, a decorrer entre os dias 13 e 16 de Setembro, irá desenrolar-se em 3 serras míticas – Aboboreira, Marão e Alvão, logo quem já lá andou, sabe e sentiu bem a sua dureza.
      Destas serras podemos contemplar algumas cidades como Vila Real, Régua, Cinfães, Resende e Mondim de Basto e ainda outras serras em seu redor como Montemuro, Cabreira, Gerês e mesmo o Alto Douro Vinhateiro – Património da Humanidade.
       Claro que ou participo ou não, e desta forma decidi inscrever na mais dura, ou seja na EPIC (4 dias). Para os menos insanos ainda era possível participar no modo Adventure (2 dias) ou ainda no Ride (1 dia).
Este ano, a mesma irá ter um prólogo e mais 3 etapas, que passo a descriminar:

Prólogo - 1º dia
Prólogo: Esta é uma das novidades do DBR 2012. Sendo assim, no dia 13 de Setembro, que corresponde ao primeiro dia de competição,irá se realizar um prólogo que percorrerá pelas ruas mais emblemáticas da cidade Amarante, cruzará o rio Tâmega 3 vezes, Ponte de S. Gonçalo, Ponte Nova e Açude junto ao Parque Florestal, com cheirinho num single-tracks, de forma a aumentar o batimento das máquinas, para os dias seguintes. Servirá para apurar a ordem de partida para o dia seguinte. Em suma são cerca de 10 Km, com 250+ acumulado.


28/08/2012 - Passeio Linha do Corgo- Marão- Ciclovia Amarante

       Quando o Jorge me voltou a convidou para nova viagem no comboio surpresa, pois tudo pode acontecer, fiquei um pouco apreensivo, mas....lá aceitei. Desta feita fazia parte um grupo fortíssimo, composto por mim, J.Almeida, Leandro e o Coelho. O Objetivo traçado à partida era ir até ao Pocinho e daí fazer nova visita às gravuras no Côa, pois a última vez, conforme crónica que antecede, as coisas não correram como estava delineado.
        Eram 06H15 e o despertador já apitava, é preciso ser muito tolo para levantar tão cedo para ir pedalar. Com partida milagrosamente à hora, partimos de Campanhã até ao Pocinho, pelos menos era o que queríamos, pois,.... queríamos....
        Chegados à Régua, fomos informados que o comboio apenas seguiria viagem pelas 10H10, as coisas começavam pois claro a ficar na mesma linha das anteriores edições... e, eis que chegados à referida hora, fomos novamente informados que apenas haveria comboio às 12H00, mauuuuuuuuu. Pois bem, decidimos  não esperar, pois o mais certo era depois algum iluminado vir dizer que já não ia haver comboio. 
       Plano B: de imediato o supra-sumo do Presidente da Ecobike (J.Almeida) em menos de 15 segundos, decide planear um percurso de pró, que consistiria em fazer novamente a linha do Corgo até Vila Real, aí, subiríamos até ao Marão (antenas), e logo de seguida desceríamos até Amarante, para apanhar o comboio de regresso ao Porto.    E como não se pode contrariar sua alteza, pois o mesmo começa-se a babar e a cuspir por todos os lados, eis que todos a uma só voz dissemos "Siga Presidente".
     Tal como já relatado noutras crónicas, facilmente chegamos a Vila Real, tendo sempre a companhia de muita fruta pelo caminho, nomeadamente de figos de 2 qualidades, que estavam muito bons. Aqui aproveitei-me da altura do presidente, pois é para isto mesmo que servem, apanhar figos no cimo dos rancos, onde as pessoas normais não chegam....lol...
    Depois de uma pausa para almoçarmos avançamos em direção às antenas do Marão. Como não tínhamos trilho, tivemos de inventar um pouco e fazer algumas perguntas sobre a que horas passava o avião, até ao cimo. Contudo, como a hora começava a apertar, não conseguimos completar o percurso. Beneficiando que o Leandro ainda tinha o trilho que em Janeiro tínhamos feito do "Montain Quest", no que concede à descida estrondosa do cimo do Marão até Amarante, calculamos nova rota até esse ponto, e, siga viagem.