26 Abril 2014- 3ª Etapa Circuito NGPS – Vizela

     Para esta etapa estava marcada a estreia da Equipa Secção Btt da Casa do Povo de Vizela, em mais uma etapa do Circuito Ngps. Claro que a fasquia é alta, já que o circuito continua a crescer de ano para ano e de etapa em etapa.
     Como entrada, tivemos a hipótese de escolher entre 50, 65 e 75 km, onde estavam previstas muitas dores de pernas, pois claro, tal como o pessoal gosta e anseia…lol..
Para mais um dia bem passado a pedalar, contava com a natural companhia do meu amigo Ricardo.
     Infelizmente, nos últimos dias, a chuva voltou e em força, e as previsões não eram nada famosas para o dia da prova, ainda agravado pelo estado dos trilhos, que estariam enlameados e com muita água.
      Pessoalmente nunca foi a minha praia andar com chuva, lama e a estragar material, em que não se consegue tirar partido dos trilhos, nem mesmo das paisagens por onde rolamos.
       Mas a muito custo, lá levantamos cedinho para ir até à cidade de Vizela, pelo menos para ver se lá estava sol…piu…
     Chegados ao secretariado, verificamos que a chuva já tinha levantado dorsal e pelo aspeto, iria fazer a prova maior…lol…
     Como se costuma dizer: já que aqui estamos, siga…..e eis que decidimos mesmo assim meter no gps o track mais curto, pois a cabeça à muito já estava formata para não sofrer debaixo daquela chuva constante e incomodativa.
  Infelizmente o que suspeitávamos, veio acontecer. Os trilhos estavam completamente alagados e enlameados, onde rapidamente as transmissões começaram a torcer o nariz.
    Um dos locais que ansiava nesta etapa, era a nossa passagem pela  Citânia de Sanfins, onde está situada uma das mais importantes zonas arqueológicas da civilização Castreja na Península Ibérica, e mais propriamente, o balneário Castrejo, local onde já tinha tirado uma foto” dentro do  buraco”…lol....e pelos vistos ainda caibo no mesmo.
    Com apenas 30 km os problemas começaram a surgir na bike do Ricardo, onde a 1ª deixou de funcionar, que levava a um esforço extra nas subidas, em que muitas delas tinham de ser feitas à mão, já que era impossível a sua superação com andamentos tão pesados.
     A chuva continuava contudo a cair forte, sem dó nem piedade, que levou os meus pés e mãos a hibernar.     Aproveitamos um abastecimento para retemperar energia, comendo uma bela febra e beber a retemperante coca-cola. Claro que ao retirar-mos as luvas, verificamos que a pele das mãos, estava tão branca e encorrilhada, de tanta água, que mais pareciam mortas…lol…
     Tal como já referi, estas condições, não são a minha praia, e para ajudar à festa, a minha transmissão, também deixou de funcionar, com um constante trilhar de lama na cassete, até que a corrente torceu de vez. E porque os azares nunca vêm só, foi nesse momento que verifiquei que me tinha esquecido da caixa com os elos rápidos, bonito….
    Contudo à 1ª ajuda que solicitei, de imediato um “colega de pedal” prontificou-se a dar-me um elo, tendo mesmo colaborado a reparar o azar, este sim, é o verdadeiro espírito deste grande circuito que é o NGPS.
      Mas hoje não era o meu dia e a transmissão não funcionava em pleno, onde pequenas inclinações no terreno, a corrente constantemente ficava com “chupões”. Esta não é a forma que gosto de andar e tudo junto fez com que optasse-mos por abandonar os trilhos aos 40 km e tentar chegar à meta por estrada e terminar da melhor maneira possível esta etapa, já que a cabeça à muito tinha deixado de funcionar, com tantas contrariedades e azares.   

       Ainda deu para retirar algum prazer dos trilhos traçados por esta equipa, onde infelizmente os tracks não estavam bem sinalizados, tendo menos pontos do que aquilo que seria esperável, originando muitas confusões e enganos. Esta situação foi imediatamente reconhecido pela equipa organizadora, que reconheceu este erro, por isso, quando assim é, siga para a frente, porque aprendemos mais rápido com os erros.
Para trás ficaram 49 km, feitos em 4h02m, com uma altimetria de 781+….melhores dia virão….

30 Março 2014 – Famalicão Bike challenge

       Este ano, esta prova apenas podia ser realizada por duplas, pelo que tinha tudo para ser um bom dia para esticar as pernas e voltar a trazer para o monte a minha dupla – Ricardo, atribuindo à nossa equipa o nome "Templários".
  Tinha pleno conhecimento que o meu “companheiro de luta”, estava com um andamento muito mais lento que o meu, tendo em conta a lesão que foi premiado nas costas, bem como a falta de tempo para treinar. Mas o trabalho e o sofrimento em cima da bike, começa em algum ponto, e este pareceu-me altura ideal.
    A prova que decidimos participar, consistiria basicamente, numa extensão de 60 km, com cerca de 2100 altimetria, em que as duplas partiriam de uma boxe previamente sorteada. Neste tipo de provas, temos de andar sempre muito perto do nosso companheiro, já que podemos ser penalizados com 15 minutos na classificação geral.
      O tempo estava chuvoso e tendo em conta a pluviosidade que caiu nos últimos dias, significava que a lama ia ser o prato forte e as bikes iam sofrer muito.
Antes da partida ainda deu para confraternizar com o leite e o seu companheiro de equipa, Sérgio Magalhães, que têm andamentos proibitivos…lol…
      Claro que já estou habituado que neste tipo de provas, onde existem prémios monetários, significam a presença de grandes atletas e esta não foi exceção, como o caso da presença do campeão nacional e do Sérgio Rodrigues, que posteriormente acabaram por ganhar.
      No sorteio calhou-nos a boxe 3, significando que tínhamos que ultrapassar 300 atletas para ficar em primeiro…lol…e não deixar os que partiram das outras 2 boxes, mais 200, nos ultrapassassem, coisa fácil.
    O início, é sempre impróprio para cardíacos, onde o normal: esquerda, direita, meio, por cima, por baixo… é o prato forte, coisa que não se aguente. Claro que muita gente, logo após a largada e à mínima oportunidade, corta-se logo na primeira rotunda, não cumprindo com o percurso previamente estabelecido, enfim febre da competição.
      Parti calmo, de forma a aquecer um pouco o motor, mas também com a vontade de não deixar muita gente passar, pois sabia que quando entrássemos no monte, o engarrafamento iria ser total.  
     O trilho estava excelente e muito bem marcado. Não obstante a dureza na altimetria, o piso estava bom, com descidas brutais, sempre feitas a grande velocidade, mas que davam grande prazer a ultrapassá-las. Numa delas uma árvore decidiu desviar-se para cima de mim, e eu quanto mais me desviava dela, mais ela vinha para cima de mim…lol…ainda deu para rir com outro colega que vinha na minha roda a assistir….lol…
      Claro, que cedo verifiquei que o Ricardo estava a pagar um pouco a fatura do seu atual estado de forma, onde depois de aguardar pelo mesmo, me dizia que não conseguia baixar o ritmo cardíaco de 170, pelo que a máquina vinha a queimar muito combustível e neste caso, obrigatoriamente se não reduzires, senão entras no vermelho e o motor parte.
      No abastecimento existente aos 18 kms, decidimos parar um pouco, para ver se as coisas se compunham e com o descanso a máquina arrefecia, ela até arrefeceu até aos 140, mas com a paragem as caibras ferraram-lhe as pernas.
     Ainda fomos até aos 25 kms, mas a dureza da altimetria que já tínhamos colecionado, a rondar os 1050+, foi demais e se não tínhamos condições para ganhar, decidimos meter por estrada até Famalicão e dar por terminada a nossa prova, cumprindo 41 km.
       Neste tipo de provas, feita em duplas, não tem sentido se os dois não funcionarem como um só, e, se o nosso colega não está bem, baixamos de andamento, se o nosso colega tá forte, tentamos acompanhar.              Hoje não deu para continuar, mas com certeza que amanhã estaremos mais fortes.
       Não me arrependo de ter participado, voltava a fazer o mesmo, pela amizade e respeito que o Ricardo merece da minha parte.