22 Setembro 2019 - Transcávado BTT

        Esta faltava na coleção. E eu só coleciono as difíceis. 
    Transcávado é uma prova guiada por GPS, percorrendo as margens do Rio Cávado, desde a nascente do Rio Cávado - Montalegre até Esposende.
      Esta prova, pode ser feita em duas etapas - Slowrace ou em apenas num dia - Race, numa extenção de 150 km, percorrendo os concelhos de Montalegre, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Amares, Braga, Vila Verde, Barcelos e Esposende.  
     Claro que escolhemos a Race, ou seja fazer em apenas num dia os 150 km com 4000+, na categoria de individual, de forma a cada um poder fazer a sua prova.
     Desta feita apenas o Gouveia aceitou o desafio de mais esta porrada. 
    Sábado lá nos deslocámos até Esposende, onde após levantar os dorsais, os participantes depositavam as bikes num camião, que as transportava até Montalegre e nós fomos de camioneta até ao local onde no dia seguinte partiamos, Pavilhão Multiusos Montalegre, onde estava montado o quartel general.
   Tendo em conta as condições metereológicas adversas, a organização foi obrigada a alterar o track, dimimuindo a altimetria em cerca de 300+ e tirar 6 km ao percurso total.  
      Ali chegados, escolhemos o local para pernoitar e desta feita tive mais sorte, pois o o pavilhão tinha muitas salas separadas, onde acabei por conseguir dormir muito melhor que noutras provas deste género. 
     Como tínhamos decidido levar o jantar, acabamos por fazer companhia ao Tomás, que também ia participar. De seguida fomos ver o "Glorioso" e beber um chazinho quantinho, pois estava um frio terrivel. 
       Após preparar a logística para o dia seguinte, acabamos por deitar cedo, já que a alvorada foi feita às 06H00, pois ainda tinhamos de tomar pequeno almoço e deixar o saco, na organização. 
          O briefing foi feito no castelo, com partida oficial dada às 07H00 e ainda com pouca luz.
       Tínhamos decicido fazer a prova juntos, de forma tranquila, tendo em conta que o tempo de treino baixou muito devido às alterações da nossas vidas profisionais. Não se pode exigir do corpo, aquilo que não o treinas.
        Mas lá está, mal foi dada a partida, pumba... o último é burro, não há hipótese de contrariar esta forma de estar. 
       Foi de tal forma à morte, que com 3,5 km eu ia com a boca seca a saber a sangue e com pulsação a 180. É pra esquecer, acaba por ser sempre mais forte que a minha vontade.
         Logo no início, houve um grupo que atacou logo, criando logo um fosse para um 2º grupo, onde eu ia com o Gouveia. 
         A 1ª parte da prova era extremamente dura, com muita altimetria, terreno duro e muito técnico, que ainda originou duas quedas, sem grande estragos. 
           A chuva no Gerês ainda se fez sentir, dando para arrefer o motor, que ia a babar óleo. 
       O mau tempo dos últimos dias e a passagem dos participantes que já tinham começado no sábado, dificultou em muito a prova, com muita lama e água, em que as patas sofriam para meter a bike a rolar. 
     Paramos nos vários abastecimentos para comer algo, sem grandes paragens. Tínhamos a noção que iam na nossa frente perto de 30 atletas e foram poucos, os que conseguiam passar por nós, íamos bem e confiantes. 
         Claro que à medida que os kms acançavam, a falta de treino começava a se fazer sentir, normal claro.
       Perto dos 105 km e num terrenno plano furei. Meti espuma e gaz e não me parecia que ia conseguir resolver o problema, bolas, azar...passados cerca de 5 km, fomos novamente obrigados a parar para meter mais co2 e aí fomos ultrapassados por um dupla, que depois no final acabou por um deles ficar em 3º lugar, claro que não sabíamos. 
          O azar de uns é a sorte de outros. Acabei por conseguir resolver o problema da roda e terminar.
          Cheguei completamente esgotado, não dava mais, estava esgotado.   
        No final marcou 156 com 3600+, feitos em 08H55, ficando em 28 geral de 5º no escalão, em que apenas conseguiram acabar a prova 124 atletas. 
       Sabíamos que vinhamos bem classificados, mas nunca pensamos que vínhamos naqueles lugares.    
        Ficou um misto de alegria e de tristesa, pois a 1ª dupla, curtou a meta 2 Horas atrás de nós, acabando de perder assim o nosso momento de fama, bolas...lol...
      Esta é sem dúvida uma grande prova, muito bem organizada, em que nada falha, desde os abastecimentos, dormidas, logística, etc.
       Sofri imenso para poder acompanhar o andamento do Gouveia, mas um dia vou-me vingar...mais uma ultramaratona feita...somos FINISHER TRANCÀVADO....siga...

27/28Abril 2019- TEX Templários Extreme 2019

       Ora aqui esta uma prova que faltava no meu currículo vastíssimo...lol...TEX- Templários Extreme 2019.
       Para esta refeição convidei o Gouveia e o Portela, para atacar Tomar. Sabíamos que a coisa ia pegar fogo, não fosse esta uma das provas por etapas, mais duras de Portugal.
      Cada vez mais é esta a minha praia, gosto de fazer provas por etapas ou ultramaratonas, e é para poder participar estas provas que continuo a treinar minimamente para conseguir ter coragem de ir à luta.
       Uma das coisas que mais me custa, e não me consigo habituar tem haver com o pessoal que ressona. Bolas, aquilo mais parece uma caverna cheia de ursos, o que origina a ficar de olho aberto a noite toda.
       Sabia que não ia ser uma noite fácil...lol...eram muitos participantes alojados em solo duro no pavilhão em Tomar, onde estava montado todo o quartel general dos TEX.
        Tentamos ficar o mais longe possível da entrada, mas a noite foi terrível com um colega a "atacar" toda a  noite, coitada da mulher...
       Tinha ficado combinado que cada um fazia a sua prova, conforme o seu andamento, sem termos a obrigação de andar juntos.
       Começada a 1ª etapa, os prós atacaram logo e ficou logo uma corrida louca. Bem, fui obrigado a diminuir pois o início é sempre feito de faca na boca, e esta não foi diferente.
       Foi toda uma etapa muito técnica e dura em que cumpri os 121,7 km com 3165+ em 07H39, conseguindo o 30º lugar a solo.              Dos 107 atletas que começaram, apenas 88 terminaram. Mais um dia de sofrimento e de dureza.
       Depois de um pequeno descando lá fomos ao jantar, que estava maravilhoso, mais parecia um casamento, não faltava nada.
       Tínhamos de descansar, e claro que estudei uma alternativa à noite passada. Vai então, peguei nas minhas coisas e fugi para uma sala contígua ao pavilhão, para assim poder dormir um pouco melhor, não funcionou na totalidade, mas sempre foi um pouco melhor.
2ª dia: ora bem, para hoje o Gouveia tinha decidido fazer a prova comigo, tal tinha sido o empeno no dia anterior.
       Foram assim feitos os 83 km com 2018+ em 05h15, conseguindo o 25 º lugar geral. Claro que foi mais um dia muito duro, sempre a dar tudo o que tinha.
       No final consegui um honroso 26º lugar dos 77 atletas que terminaram, pois muitos ficaram pelo caminho, devido à dureza da mesma e mesmo com problemas físicos e técnicos que acontecem, em provas desta dureza em btt.
           Sem dúvida o nome Extreme espelha bem o que se passa nesta prova de etapas de dois dias.
           Prova dura em distância e em altimetria, em que se tem de estar bem preparado para cá vir sofrer.
Obrigado aos meus companheiros de viagem, Portela e Gouveia por me acompanherem nestas loucuras, a verdade é que somos TEMPLÁRIOS...siga...