15/16 Dezembro de 2017- Travessia Tróia-Sagres

    Desde que comecei nestas “lidas” do ciclismo de estrada, que anualmente vou acompanhando aquele que se foi transformando num dos maiores eventos nacionais de ciclismo de estrada “out” competição.

    Basicamente é uma travessia sem partida oficial, hora marcada ou outros formalismos, entre Tróia e Sagres, numa extensão de cerca de 200 km, dependendo de onde se começa.
   Pois bem, este ano, foi organizada pelo grupo uma “descida”, devidamente planeada para atacar Sagres, e, tendo em conta a qualidade dos atletas que aceitaram o desafio, eu não poderia perder a oportunidade de o realizar.
     Assim, partimos o Zé, Gouveia, Portela, Pedro e eu, até Coimbra, onde nos esperava uma firma especializada em transporte de bikes e acompanhamento de eventos desta natureza.
     Claro que a viagem é longa, e em virtude de já não ser possível apanhar o Ferrie, decidimos jantar em Almeirim, no Restaurante “O Forno”, bem junto à Praça de Touros. Começamos com uma bela sopa de peixe, seguida de secretos de porco preto, pois, que má escolha se tornaria esta iguaria, péssima mesmo, conforme mais à frente irão comprovar.
   Barriguinhas cheias e aí fomos nós fazer a viagem bem longa até Tróia, para pernoitar no Hotel Soltróia- Foz do Sado.
   Ficou tudo preparado antes de deitarmos, perto da 01H30, ficando a alvorada marcada para as 06H45, para descer para o pequeno-almoço, cedinho, bem cedinho….
   Contudo para mim a noite foi longa, pois senti-me mal depois de me ter deitado e fui obrigado a ajoelhar-me e agarrar-me à sanita, para conversarmos e quiçá deitar fora o raio dos secretos, que me estavam a matar. 
   Entretanto estava naquela maratona à mais de meia hora e eis que entra o meu companheiro de quarto- Gouveia, também mal disposto.                    Quando me viu ali sentado no chão, agarrado à sanita, diz ele: que tás aí a fazer????...respondi: o que é que achas???’…tou morto e ainda nem descobri, raios de secretos.
    Estava bonito, os dois a sentirem-se mal, sem descansarem e com 200 km pra fazer de bike já de seguida. Esperava que o restante pessoal estivesse melhor.
   Mal nos deitámos, o despertador começou logo a tocar. Não queria acreditar na minha sorte.
  No pequeno- almoço verificamos que o restante pessoal estava bem, quiçá comemos a parte do porco que estava estragado.
   Por norma, gosto de tomar um bom pequeno-almoço, antes destas etapas, mas apenas deu pra chã e pouco mais, eu só pensava, como iria ter energia e conseguir fazer esta etapa a beber chá, com vómitos e a barriga a fazer barulho, como se tivesse um monstro dentro dela….
   Bem, pelas 08H00 e depois da foto da praxe, começamos a rolar para Sagres, com um frio de morrer.
    Durante o percurso íamos rodando sempre em fila, conforme a disponibilidade física do pessoal, o objetivo não era bater record, apenas chegarmos todos ao final.
    O inicio foi muito complicado para mim, pois não me sentia nada bem do meu estômago, mas aos poucos foi melhorando.
    Realmente é incrível a quantidade de pessoal que se vê na estrada, com grupos enormes de ciclistas, a maioria organizados com carrinhas de apoio e logística, transformando este Tróia-Sagres a “meca” do ciclismo, onde pelo menos uma vez na vida quem gosta de bikes devia fazer.
   Fizemos uma pequena paragem técnica em São Teotónio, já com 126 km percorridos em 03H40, com um andamento muito bom. Antes desta paragem, tínhamos acabado de ser ultrapassados pelo grupo do Vítor Gamito, que vinham literalmente a voar, cambada de brutos…lol…
     Pois bem, daqui até ao final, foi um sobe e desce constante, mas o grupo manteve-se sempre unido e coeso, até concluirmos a etapa.
    Em suma fizemos passagem por: Tróia- Comporta/Galé- Carvalal – Melides - Vila Nova Stº André (Reserva Natural das Lagoas de Stº André e da Sancha) - Parque Campismo S. Torpes - Brunheiras - Vila Nova Milfontes (costa Sudoeste do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina – São Teotónio - Odeceixe – Aljezur – Carrapateira – Vila do Bispo – Sagres- Parque Infante D. Henrique.
     No final, foram percorridos os 198,5 km, com 1400+, feitos em 5H45m, c/ média de 34,5 km/h e 243bpm.
     Feita a viagem de regresso até Coimbra, os gordos não quiseram perder a oportunidade de se degustarem num belo porco…e eu como ainda não estava em grande “forma”, continuava a beber chã…
  As viagens custam mais que a própria travessia, realmente é muito longe, mas quando se vai numa aventura destas com as pessoas que fizeram parte deste grupo, tudo é mais fácil. 
   Obrigada aos meus amigos/companheiros de viagem: Zé, Gouveia, Pedro e Portela, pois são uma ótima companhia para fazer estas aventuras, porque o ciclismo é muito mais que andar de bicicleta.
      Obrigada, sois os maiores….  

11 Novembro 2017 - Etapa 8 Gps èpic - Tondela

      Este ano andei muito afastado do monte e dos grandes eventos/provas de btt. A saudade tem apertado e a vontade de voltar ao Btt tem sido muito.

   Infelizmente, tem sido um ano terrível para as florestas, com os incêndios a destruir muito das "nossas" pistas e "campos" de treino, dizimando tudo a cinzas e a um constante cheiro constante a queimado.

     Mas também, é nestas alturas que temos de ir aos principais locais dizimados pelos incêndios, ajudando da melhor forma e fomentando a economia local, pois só desta forma, pouco a pouco, é que as populações vão conseguir renascer das cinzas.
     Assim, não perdi a oportunidade de visitar Tondela, para a 8ª etapa, e aproveitar para subir ao alto do Caramulinho, local tão famoso e apetecível pelos amantes do ciclismo.
      A vontade era muita e partimos para cumprir a distância maior.
     Contava com a companhia da armada Ecobike, composta pelo Gigantone, Ricardo e Bruno, e ainda pelo Gouveia.

     Os primeiros cerca de 20 km eram compostos por um sobe e desce constante, com passagens de extensas manchas de floresta queimada, num aspeto desolador da mesma. 


     Contudo, chegados à Corveira, aparaceu a grande dificuldade do dia, a "parede" com cerca de 10 km de dureza, até Malhapão de Cima, já às portas da Serra do Caramulinho.

      Bem, esta parede, além de não ter fim, é bem dura de roer, deu pra queimar bem as perninhas.
     Valeu no cimo, o café ali existente, para encher as peles, com duas belas sandes de presunto com queijo.
     Logo de seguida, reunimos as tropas e atacamos a restante subida, até chegar ao ponto mais alto.         Aqui começaram os 280 degraus, bem até ao alto do Caramulinho, que fica a cerca de 1075 m de altitude.
     A paisagem, que se contempla deste local, é algo de fenomenal, de uma beleza única, em que vale cada degrau que se sobe.
     Tendo em conta que a subida tinha deixado "mossa", foi decidido meter o track alternativo, para que as pernas não chorassem muito mais.
     Passamos ainda pelas Aldeias de Silvares e Carvalhal da Mulher.
   No Caramulo, ainda fizemos uma breve paragem para degustação de um delicioso mel de espiga de milho com broa, acompanhada por um belo sumo de laranja.
    Rapidamente regressamos a Tondela, onde ficaram os 60 km, feitos em 04H28m, com 1850+.
     Uma vez mais, obrigado aos meus amigos que me acompanharam neste dia de btt, onde é sempre bom recordar velho tempos, com velhos amigos, onde espero regressar ao circuito e ao monte.

15 Abril 2017 - Ecovia Arcos de valdevez/Tibete/Corno de Bico

   Os percurso e os sítios a visitar são sempre bem definidos pelo Vitikorov, que sabe sempre bem o que quer. 
 Para este desafio, contávamos com os olímpicos: eu, Ricardo, Márito Miragaia, Vitokorov, Vasconcelos e o Raúl. 
 Os quilómetros e a altimetria não são importantes, mas sim o que pretendemos fazer e a boa disposição do grupo.
  O lema é sempre o mesmo: "Todos começamos, todos temos de acabar", nem que seja de gatas, pese embora o esforço e a determinação de cada um, tem de estar presente. 
   Começamos o dia em Ponte da Barca e logo muito bem, com o pneu traseiro da bike do Mário a rebentar, reclamando a viva voz pelo seu peso excessivo...lol...
  Passada a Ponte de Ponte da Barca, rapidamente chegamos a Arcos de Valdevez, entrando na Ecovia que liga esta localidade à Aldeia de Sistelo, num misto de estrada, monte, passadiços e areia, quase sempre junto ao Rio Vez. Um local muito bonito, com paisagens sempre deslumbrantes e de uma paz extraordinária. 
    As paragens foram constantes, com muitos animais pelo percurso, a curtirem os pastos tranquilamente, bem como imensas pessoas que vieram percorrer a ecovia, ou seja, à descoberta do que nós também nos propunhamos.
        Quando existe compreensão e educação, os percursos dão para todos e até os animais aceitam isso, alguns claro.  
         O pneu da bike do Mário continuava a dificultar as coisas, com paragens constantes para encher quase de 10 em 10 km, estragando a méia que era muito alta. Claro que ele aproveitava para ir dando ar também às pernas. 
          Fazendo um desvio por estrada, perto dos 30 km, lá chegamos à Aldeia de Sistelo, apelidada por “Pequeno Tibete Português”, devido aos socalcos do terreno esculpidos por várias gerações.      
    Fizemos uma pequena paragem, para enchermos as panças a estes pançudos, porque este pessoal é de muito sustento. 
       Voltamos a entrar na Ecovia até ao local onde tínhamos virado para a estrada, voltando ao monte para chegarmos, perto do km 60, a Corno de Bico e ao seu miradouro, um dos locais a que nos tínhamos proposto visitar.
       Este miradouro encontra-se a 883 m de altitude, na Paisagem Protegida de Corno e Bico, com uma diversidade botânica e fauna muito rica. Do alto do seu miradouro, a vista era fabulosa. 
          Como o pessoal já estava desgastado e depois de uma breve paragem para restabelecer líquidos e de mais umas sandes de presunto, foi decidido tomar o caminho mais rápido por estrada até ao ponto inicial, tendo em conta que as garrafas de CO2 já tinham acabado e os problemas nas bikes do Mário e Vítor continuavam. 
     Assim, viemos a rolar feitos loucos em estrada, para dilatar um pouco as pernas.
      Ainda aproveitamos o bom tempo, para tomar um banhinho no rio, para refrescar as perninhas. 
      No final ficaram mais 94 km feitos em 06H10 com 1780+ , num misto de btt e monte.               Para estatística foram estouradas 6 botijas de CO2, um líquido reparador e uma camara de ar, cambada de brutos.

       Foi assim mais um dia passado entre amigos, de uma  forma tranquila, sem grande esforço, pelo menos para mim, com passagens por locais nunca antes navegados, cheios de beleza e história.
      Parabéns ao Raúl por ter conseguido bater a barreira dos 100 km, nunca antes feito, uma pequena vitória para este dia, este desporto é mesmo isto, aos poucos irmos batendo os nosso tempos e record, lutando sempre contra nós próprios e nunca contra alguém....hoje mais fortes que ontem.... 
      Obrigada a todos pelo convite e convívio, foi muito bom, uma vez mais sou um previligiado....OBRIGADO AMIGOS...

Revista de 2016

        E que ano fabuloso o de 2016.
     Sem dúvida foi o ano em que bati muito record em estrada, já que foi por esse lado os meus maiores desafios, com participação nos 3 Granfundos (Douro, Gerês e Porto) e nos 3 Skyroad  (Évora, Serra Estrela e Aldeias de Xisto).
      Deu ainda para dar uma perninha no btt, em alguns GPS Èpic, na Ultramaratona Bairrada 150 e no grande desafio Vila Conde Gerês Extreme (VCGE), em que a equipa (ADFSS), conseguiu um valente 34º geral e 9º no escalão, foi brutal. Esta é a prova que qualquer bttista devia fazer, nem que fosse uma vez na vida. Foi à 3ª que consegui acabar, por distintas razões. mas foi.
      Foi um ano de muito sacrifício e sofrimento em cima da bike, sempre acompanhado pelo mister Gouveia, que me fez levantar da caminha quente, quando chovia, ou obrigar a treinar, quando faziam temperaturas altas, e todo o povo estava no calçadão e na praia.
      Para tudo na vida é preciso determinação, vontade e sacrifício, e 2016, foi ano disso mesmo.
      Foi pois, o ano em que atingi patamares muito bons para mim e provar que com trabalho as coisas acontecem, e coisas engraçadas até.
     Agradeço pois ao meu amigo Gouveia que tantos kms pedalou ao meu lado, que me acompanhou em todas estas provas, que me fez sofrer, mas acima de tudo que me respeitou e que me ajudou a superar muito obstáculo, e, que sem a sua ajuda, dificilmente conseguiria ultrapassar, nem atingir performances que atingi, com vários tempos de ouro em estrada e top 10 no VCGE.
      Porque os números são importantes, ficam assim espelhados no livro de registos: 11.225 km de distância, feitos em 464.30 horas a pedalar, com 111.260+ altimetria, em 156 treinos. K medooooooo


05 Março 2016 -  2ª etpa circuito NGPS- Baião






24 Abril 2016 - Èvora Granfondo






01 Maio 2016- Douro Granfondo





21 Maio 2016 - Ultramaratona Bairrada 150





12 Junho 2016 - Gerês Granfondo






10 Julho 2016- Skyroad Serra Estrela






13/14/15 Agosto- Vila Conde Gerês Extreme (VGGE)







11 Setembro 2016- Granfondo Aldeias do Xisto - Lousã






25 Setembro 2016- Porto Granfondo






15 Outubro 2016- 8ª etapa épic- Murça








21 Maio 2016- Ultramaratona Bairrada 150


        Bairrada 150 finisher, feita em 10H18 e c/ acumulado acima 4000+. Aos 35 km estava c vontade de desistir, tal era o andamento que a máquina demolidora- Gouveia, decidiu impor. Sentia-me cansado, sem ritmo a subir e apenas conseguia equilibrar a descer e a rolar. Uma prova c mta água, lama, subidas mto duras, c pendentes mto elevados. Uma vez mais morri e nasci várias vezes, em que senti mto a falta de competição em btt. 
      Obrigado ao meu amigo Gouveia que ia constantemente olhando pelo retrovisor, sem nunca me deixar à merce dos abutres, que pairavam sobre mim...lol..., prejudicando novamente a sua classificação.
       Em termos gerais fiquei na posição 111 e 25º no meu escalão...de 300 atletas que conseguiram terminar, sim, porque até vir embora já tinham desistido 160 atletas... k medoooo