30 Março 2014 – Famalicão Bike challenge

       Este ano, esta prova apenas podia ser realizada por duplas, pelo que tinha tudo para ser um bom dia para esticar as pernas e voltar a trazer para o monte a minha dupla – Ricardo, atribuindo à nossa equipa o nome "Templários".
  Tinha pleno conhecimento que o meu “companheiro de luta”, estava com um andamento muito mais lento que o meu, tendo em conta a lesão que foi premiado nas costas, bem como a falta de tempo para treinar. Mas o trabalho e o sofrimento em cima da bike, começa em algum ponto, e este pareceu-me altura ideal.
    A prova que decidimos participar, consistiria basicamente, numa extensão de 60 km, com cerca de 2100 altimetria, em que as duplas partiriam de uma boxe previamente sorteada. Neste tipo de provas, temos de andar sempre muito perto do nosso companheiro, já que podemos ser penalizados com 15 minutos na classificação geral.
      O tempo estava chuvoso e tendo em conta a pluviosidade que caiu nos últimos dias, significava que a lama ia ser o prato forte e as bikes iam sofrer muito.
Antes da partida ainda deu para confraternizar com o leite e o seu companheiro de equipa, Sérgio Magalhães, que têm andamentos proibitivos…lol…
      Claro que já estou habituado que neste tipo de provas, onde existem prémios monetários, significam a presença de grandes atletas e esta não foi exceção, como o caso da presença do campeão nacional e do Sérgio Rodrigues, que posteriormente acabaram por ganhar.
      No sorteio calhou-nos a boxe 3, significando que tínhamos que ultrapassar 300 atletas para ficar em primeiro…lol…e não deixar os que partiram das outras 2 boxes, mais 200, nos ultrapassassem, coisa fácil.
    O início, é sempre impróprio para cardíacos, onde o normal: esquerda, direita, meio, por cima, por baixo… é o prato forte, coisa que não se aguente. Claro que muita gente, logo após a largada e à mínima oportunidade, corta-se logo na primeira rotunda, não cumprindo com o percurso previamente estabelecido, enfim febre da competição.
      Parti calmo, de forma a aquecer um pouco o motor, mas também com a vontade de não deixar muita gente passar, pois sabia que quando entrássemos no monte, o engarrafamento iria ser total.  
     O trilho estava excelente e muito bem marcado. Não obstante a dureza na altimetria, o piso estava bom, com descidas brutais, sempre feitas a grande velocidade, mas que davam grande prazer a ultrapassá-las. Numa delas uma árvore decidiu desviar-se para cima de mim, e eu quanto mais me desviava dela, mais ela vinha para cima de mim…lol…ainda deu para rir com outro colega que vinha na minha roda a assistir….lol…
      Claro, que cedo verifiquei que o Ricardo estava a pagar um pouco a fatura do seu atual estado de forma, onde depois de aguardar pelo mesmo, me dizia que não conseguia baixar o ritmo cardíaco de 170, pelo que a máquina vinha a queimar muito combustível e neste caso, obrigatoriamente se não reduzires, senão entras no vermelho e o motor parte.
      No abastecimento existente aos 18 kms, decidimos parar um pouco, para ver se as coisas se compunham e com o descanso a máquina arrefecia, ela até arrefeceu até aos 140, mas com a paragem as caibras ferraram-lhe as pernas.
     Ainda fomos até aos 25 kms, mas a dureza da altimetria que já tínhamos colecionado, a rondar os 1050+, foi demais e se não tínhamos condições para ganhar, decidimos meter por estrada até Famalicão e dar por terminada a nossa prova, cumprindo 41 km.
       Neste tipo de provas, feita em duplas, não tem sentido se os dois não funcionarem como um só, e, se o nosso colega não está bem, baixamos de andamento, se o nosso colega tá forte, tentamos acompanhar.              Hoje não deu para continuar, mas com certeza que amanhã estaremos mais fortes.
       Não me arrependo de ter participado, voltava a fazer o mesmo, pela amizade e respeito que o Ricardo merece da minha parte.       

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