Desta feita, o desafio foi lançado por uma das individualidades mais conhecidas no mundo do BTT - João Marinho. Consistia em fornecer um Track Gps e em completa autonomia total, cada insano teria de “navegar” por 3 Serras no mesmo dia, ou seja Aboboreira, Marão e Alvão. Teriam apenas hipótese de optar entre 150Km com 5000+, 90Km com 3600+ ou 123 Km com 4200+, coisa fácil de fazer, venha o diabo e escolha
. Depois de difundido o gráfico de altimetria, aquilo mais parecia a subida aos Pirinéus, onde só de ver as pernas começavam a ganhar vida e a tremer, lembrando aquela “velha expressão presidencial”…que medo…..lol ….
Sem grande admiração, por parte da Ecobike, aceitou o desafio eu (Tojo), Leandro e o Hélder Coelho, juntando-se ao trio magnífico o Luís Correia, que foi uma agradável surpresa, pois está em grande forma.
Ao sair de casa, olhei para o relógio do carro e marcava 05H00, com uma temperatura de 4ºC, divagando para os meus botons aquilo que muitos já me questionaram: O que leva um indivíduo a sair da cama às 04H00 da manhã, com temperaturas negativas ou a rondar isso, para fazer uma viagem de muitos quilómetros, para de seguida sofrer em cima de uma bicicleta durante horas????...e eu respondo sempre: porque amo este desporto e no btt os trilhos e o sofrimento aceitam-se de sorriso no rosto.
Choramingos à parte, voltemos ao Montain Quest…lol… Já em Amarante e quando nos equipávamos, verifiquei que me tinha enganado nas botas, ou seja, tinha trazido pedais crank e botas de spd, aí sim comecei a stressar. Foi então que o Coelho se lembrou que tinha o número do telemóvel do João, onde de imediato lhe pedi ajuda. No meio da confusão normal do início deste evento, em que ele era o principal responsável, mesmo assim prontificou-se a vir ter comigo, onde me levou a um local onde estavam guardadas mais duas Rocky Montain, dando autorização para retirar os pedais, pois tinha que ir para a partida. Uma palavra de agradecimento ao mesmo, que se não fosse a sua boa-vontade teria que ficar nas piscinas a nadar o dia todo, ia mais virar peixe…Neste tipo de desafios, em que a dificuldade é muita, prefiro delinear pequenos objectivos, ou neste caso, cume a cume:
3º Objetivo – conquistar 3º cume: continuávamos a subir, subir, subir, onde apenas levantava a cabeça por breves momentos, sem grande coragem para esticar muito o pescoço, pois nunca conseguia ver o fim da mesma. Acabamos por subir até a uma altitude de 1290+, com cerca de 40 km percorridos. Aqui decidimos que no fim da descida, que foi feita até perto dos 600+, faríamos a nossa pausa mais prolongada para comer o nosso frango assado e deitar abaixo o nosso frisante. Ainda deu tempo para tomar um cafezinho num café local, com pessoal simpático.
A parte mais difícil estava feita e tivemos prazer de conhecer Francelino Fernandes que nos deu apoio, nomeadamente no abastecimento de água e de bananas. Posteriormente compartilhou com todos os participantes as imensas fotos que tirou, juntamente com a sua companheira de caminhada, que ficaram extraordinárias, obrigado e parabéns.
Faltavam assim pouco mais de 30 km, que pese embora tivessem sido cumpridos a rolar em boa velocidade e a descer até Amarante, não foram muito fáceis, devido ao problema que tive na suspensão da frente. Aí lembrei-me das subidas que já tinha feito e de como se tornam confortáveis em relação a estas descidas em pedra solta e dura, sem suspensão….lol…Mas a vontade era muita e essa superava as dores do corpo que ainda tentei perceber quais as partes que não me doíam….
Eis que chegamos ao Mosteiro de S. Gonçalo, no Centro da cidade Amarante, local de onde tínhamos partido de madrugada, para foto posteridade de objetivo cumprido e com sucesso.
Foi com enorme alegria e realização pessoal que juntos conseguimos aqui chegar, digo conseguimos pois fui com mais 3 amigos – Coelho, Leandro e o Luís Correia.
Em termos estatísticos ficaram os 96Km percorridos com um acumulado de 3600+
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