3ª etapa VCPGE– Terras de Bouro – Vila do Conde - 97 km com 1850+:
A noite já correu bem melhor, tendo conseguido descansar
bem, contribuindo para isso o pessoal ter deixado de rosnar…lol…
A azáfama e o stress miudinho continua igual, mas
parece que a disposição do pessoal melhorou e bem, pois o objetivo primordial
de estarmos aqui, já está bem mais perto.
Para cardápio tínhamos a extensão de 97 km com 1850+, de regresso a Vila do Conde.
A nossa equipa estava confiante e as minhas
pernas pareciam estar bem.
Depois de mais um briefing a partida deu-se
pontualmente às 09H00.
Logo de início contamos com uma
autêntica escalada até Santo António de Mixões da Serra, com a extensão de mais
de 5 kms.

Mesmo no fim deste martírio tínhamos um
abastecimento líquido, que deu para baixar a temperatura do motor e repor
líquidos.
Mas as dificuldades não tinham acabado pois
tínhamos uma descida bastante acentuada e muito técnica, com empedrado bastante
complicado de ser ultrapassado.
Ficava a restar o sobe e desce (parte-pernas) até
à meta.


O abastecimento surgiu logo à frente, situado na
aldeia de Loureira, onde deu para abastecer líquidos e sólidos.
Mas o tempo não dava para desfrutar muito do
manjar, já que queríamos continuar integrados no grupo, formado por mais 4
duplas e fomos comendo kms e kms sempre juntos, com andamentos muito fortes, e
que obrigatoriamente, principalmente a subir tinha dificuldade em os
acompanhar.

Numa prova em que a navegação assume papel de estrema importância, manter na companhia de um ou mais grupos é muito relevante, em que o desgaste é muito menor.
Numa descida acentuada tive um encontro de 3º grau com um granize, que saiu disparado de uma casa e se atravessou na minha frente, tendo apenas tempo para travar a fundo e o “gajo” sair a milímetros da roda da frente, ia morrendo de susto e da queda…lol…maldito bicho…
A seguir entramos em Barcelos, seguindo-se em
alta velocidade por Barcelinhos (km 62) e Ponte Medieval.
Para terminar tinha a parede do Monte de S. Félix
(km 84), que me custou os olhos da cara, estava rotinho de todo, esgotado mesmo,
só queria mesmo terminar estava aventura.

Quando cheguei às grades que delimitava o último
km, até me deu vontade de chorar da alegria de ser finisher.
Na meta recebemos uma thirt alusiva à prova, para
logo de seguida tirar a barriga de misérias.

Bem, foram 3 dias brutais, uma experiência única,
uma prova de superação etapa a etapa. As dificuldades e a dureza são sinónimos
deste evento, mas podemos transformar as coisas ainda mais difíceis, tendo em
conta o andamento e os tempos que pretendemos fazer.
Um agradecimento ao Luís, pela disponibilidade, confiança
e amizade, por me ter emprestado uma máquina demolidora, que apelidei de “Viúva
Negra”, já que tem caraterísticas para matar qualquer macho que se sente nela…lol..
e também ao Filipe, por me ter emprestado um prato mais acessível às paredes
que tive de transpor.

Obrigado ao meu companheiro e amigo Gouveia, que
me foi sempre incentivando e puxando por mim, mesmo quando já não dava mais.
Resumo das etapas:
- 1ª etapa – Vila do Conde - Fafe – 76 km com 1730+. - 38º lugar na geral e 9º escalão Master 40;
-2ª etapa – Fafe – Terras de Bouro – 97 km com 3100+ - 37º lugar na geral e 10º escalão Master 40;
- 3ª etapa – Terras de Bouro – Vila do Conde - 97 km com 1850+
- 33º lugar na geral e 7ª geral;
No final conseguimos o 34º na geral e 9º no escalão
Master 40;
Para
finalizar fica a frase impressa nos jersey e que jamais esquecerei: “Desafiei os meus limites”
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