11SET2016 - Granfondo Aldeias do Xisto- Lousã

      5ª Prova estrada- Granfondo Aldeias do Xisto- Lousã:
     A rede das aldeias do Xisto, são formadas por 27 aldeias, sitas em Castelo Branco e Coimbra, compostas essencialmente por xisto, onde estão situadas as Serras da lousã e do Açor.
      Como não poderia deixar de ser, e, tendo em conta a linha até então, estava inscrito no Granfondo, composto por 166 km e 3300+, em que os últimos 20 km não eram cnometrados.
     Segundo o Dossier de participante, as principais subidas estavam assinaladas em Portela das Cabeçadas (13 km a 4,3%); Barragem (1,58 km a 11,8%); Pampilhosa da Serra (5,3 km a 6,7%); Picha (10,2 km a 3,5%) e Serra da lousã (13 km a 3,8%), por isso nada de preocupante, coisa fácil de se fazer…lol..
       Para esta viagem, levantei bem cedinho (04H30) e às 05H00 já estávamos a arrancar da casa do Gouveia, para Lousã, na boa companhia dos prós João e Portela.
      Chegamos cedinho à nave de exposições de lousã, local onde se encontrava todo o staff montado e depois de levantados os respetivos dorsais, com calma fomos aprontar as máquinas e rever todo o material necessário para que nada fosse esquecido, incluindo no meu caso, as garrafas de oxigénio…lol..
     No local tinha um quadro exposto, em que cada atleta assinava no respetivo dorsal, num gesto de compromisso de responsabilidade, em não lançar lixo para o chão.  
   Como pago sempre tarde, voltei a entrar na box 5, com cerca de 700 atletas à minha frente, coisa pouca. Não obstante estar numa box mais à frente, o meu companheiro- Gouveia, decidiu partir comigo.
   O objetivo é sempre o mesmo, dar o melhor que mim e chegar ao fim, sem voar muito alto nas curvas.  
  A experiência começa a ser alguma nas provas de estrada, e os primeiros quilómetros são sempre feitos com o coração na boca, a ultrapassar o pessoal mais lento, no normal “esquerda”, “direita”, “meio”, “cima e baixo”…lol….
      Como sempre o Gouveia partiu muito forte e tive de o deixar ir, não fosse cair logo ali.     Aos poucos e aproveitando uma descida, lá consegui juntar ao grupo, que para meu espanto, ia mesmo na frente da corrida, contando apenas com um batedor da GNR a sinalizar a prova e a abrir caminho.
    Em termos pessoais foi muito marcante, já que nem em sonhos achava que um dia poderia ser possível rolar mesmo na frente com pessoal muito forte e com treinos muito diferentes do meu. Podem achar piroso, mas todos temos as nossas metas pessoais e para mim marquei uma bandeira.
    Claro que sabia que numa prova com a dureza que tinha, ia pagar este “abuso”, mas curti tanto, que pensei mesmo, vai até onde der, quando rebentar, rebentei, que se lixe, para mim já estava ganho o dia.
   Passávamos a voar pelas localidades de Casal do Ermio, Serpins, Vila Nova do Ceira, Góis, Ponte Real sobre o Rio Ceira.
   A chegada ao 1º abastecimento Portela das Cabeçadas (40 km), fez-se a grande velocidade, e o grupo em que ia integrado passou pelo mesmo, como se não existisse, até me deu vontade de rir, nem um para contar a história…lol…
       O Leite que tinha passado por mim logo no início, seguia na frente e marcava a dureza da prova.
       Logo nesta subida tínhamos a separação dos percursos, em que metade foram para o Médiofondo, incluindo o Leite, e os restantes “malucos” foram para o Grandefondo.
     As perninhas iam ficando aos poucos mais inchadas, valendo nesta altura o pessoal da Effapel, que decidiu ir até à frente e afrouxar um pouco a corrida, ainda bem.
     Mesmo assim, as forças duraram até muito perto do km 80, onde a marreta caiu e até pássaros vi a bailar…lol..
Sabia que ao km 88 tinha o abastecimento de Pampilhosa da Serra e abrandei um pouco até lá. Só que à saída do mesmo tinha duas paredes de 20% de inclinação em piso empedrado. Ainda vinha com comida na boca e já levava um estouro destes ??? … ninguém merece.
        Anteriormente já tinha dito ao chefe de fila – Gouveia, para ir para a frente e tentar fazer o melhor que conseguisse, que eu havia de chegar ao fim.
        O restante percurso tive de fazer em autêntico contra-relógio e sempre com o peito ao vento, pois nunca consegui encontrar ninguém que estivesse ao meu ritmo.
      Os poucos que passavam por mim, estavam bem melhores. Ainda tentei seguir na roda, mas em pouco tempo era logo obrigado a desistir e a deixar ir, restando-me penar a solo até à meta.
       Na subida da Picha (km 119), com mais uma picada enorme de 550m, ia tão ceguinho, que um casal de idosos que iam a descer e tendo em conta o aspeto e barulho que eu ia a fazer, uma das senhoras virou-se para mim e disse: “A picha é dura não é????”, eu bem que queria responder, mas o máximo que consegui foi abanar com a cabeça e rir para dentro…lol..
    Para terminar tinha a subida de Castanheira de Perâ até Lousã, com 123 km a 3,8%. Não fosse o desgaste ser muito e eu estar num estado lastimável e a subidinha tinha sido fácil. Neste caso penei e voltei a penar até o cimo, com muita água pela cabeça abaixo, para arrefecer o motor.
      Finalmente consegui ver a linha de meta e com muita alegria terminei mais uma prova, satisfeito pelo resultado alcançado.
          No final foram realizados os 146 km em 05H27 com 3300+, ficando na 69º posição na geral e 13º no meu escalão.

           Com esta prova terminou o Scudeto de 2016, composto por:
       - Évora Granfondo – 185 km, 05H10 com 1721+, 17º escalão
       - Skyroad Serra estrela – 131 km , 06H12 com 4400+, 20º escalão
       - Granfondo Aldeias do Xisto – 146 km, 05H27 com 3300+, 13º escalão
      Viemos assim satisfeitos para casa, de barriga cheia de tanta porradinha, mas satisfeitos por termos conseguido, os nossos objetivos pessoais.
           Obrigado aos meus companheiros de viagem pela boa disposição e amizade, tornando mais fácil estas viagens loucas madrugadoras.

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