
No ano anterior participei na prova curta, mas
este ano, o mister pôs logo de parte esse pensamento, ele não tem piedade
nenhuma de mim.
Assim sendo e já reconfortado, tinha como
pensamento ser Finisher e bater o tempo de ouro (07H00) previsto pela
organização.
Claro que não basta querer participar e traçar
metas ambiciosas, temos de treinar com vontade, alma, rigor, sacrifício, para
se algo correr mal, a consciência estar tranquila, que fizemos tudo o que foi
possível para estarmos no nosso melhor naquele dia.
No domingo, levantamos cedinho da caminha, para
poder fazer uma viagem tranquila até Seia, com tempo para levantar o kit de
participante e preparar tudo cuidadosamente, sem stress, para que nada seja
esquecido.

Os minutos que antecedem o tiro de partida, são sempre
compostos por um misto de adrenalina, confusão, cores, super-máquinas leves e
sofisticadas, onde só acalma com o apito inicial.
Este Granfondo, decorre num cenário de alta
montanha granítica, onde perdemos de vista o horizonte, nas belas paisagens com
subidas e descidas de cortar a respiração, subindo até ao ponto mais alto de
Portugal Continental a 1993m de altitude, tá tudo dito….

A partida foi dada às 08H30 e agora apenas
restava “lutar” apenas contra mim e pelo que eu tinha traçado.

O percurso estava muito bem sinalizado, com
polícia e voluntários, nos cruzamentos e locais mais perigosos, onde eramos atempadamente
avisados dos mesmos, com bandeirolas e apitos.
De salientar ainda as inúmeras motas e carros
apoio durante todo o percurso, com rodas e outros artigos para ajudar os menos
felizardos nos contratempos que surgiram.
Relativamente aos abastecimentos, estavam bem
distribuídos e compostos, com água, bebidas isotónicas, fruta, salgados, doces,
estando a bom nível, encontrando ainda sinalizações de várias fontes ao longo do
percurso, para o pessoal poder reconfortar a barriga e baixar o termómetro do
corpo.
Como pontos mais importantes e que deram uma
carga de “trabalho” a passar, muito destes foram feitos de “pá e pica”:
- Loriga- Lagoa Comprida (Adamastor) – 12,5 Km a
6,7% com percentagens de 14%
- Sabugueiro - Stº Estevão – 6,5 km a 4,6%
- Manteigas- Torre – 19 km a 6,2%
Decidimos gerir a prova, com andamentos que
sabíamos aguentar, ou pelo menos se nada acontecesse, chegaríamos menos mal ao
fim.
O dia esteve sempre muito quente, com
temperaturas de 36º, mas em algumas zonas, principalmente na torre, o asfalto
estava a arder com temperaturas de 45º, muito, muito quente.

Basicamente subíamos sempre confortáveis e as descíamos
sempre da mesma forma…à morte…lol…
Na subida de Manteigas para a torre, onde o
desgaste já era imenso, ainda fui obrigado a refrescar os pés, que estavam a
assar…mais parecia que estava a ferver mais da parte de baixo que na cabeça.
Num dos momentos em que o meu “vizinho” ia na
frente, virou-se para trás e disse: “vai devagar, tás sempre a picar”…ele ia na
frente e eu é que ia a picar…não fosse tão cansado e a força escassear, e
tinha-me atirado para o chão a rir.

Depois das fotos habituais, voltamos a Seia, onde
reconfortamos o estômago com a habitual Pasta Recovery.
Como este evento sorteia prémios por todos os
participantes, ainda fomos esperançados verificar a lista de felizardos, mas não
foi o nosso dia.

Temos de ter capacidade de dar, para no dia que
passarmos mal, termos alguém ao nosso lado. Nem todos têm essa capacidade….o
futuro de nós dirá…
1 comentário:
Parabéns pelo desempenho . Como prova de reconhecimento e mérito tiveram direito á deliciosa Nata de cereja, folhadinho de ovos moles com doce de cereja e ao magnifico Palmier duplo de cereja...
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