24 Abril 2016 - Évora Granfondo

     Para a primeira prova da época, escolhi ir ao Granfondo de Évora.
   Para esta viagem, juntamos um quarteto campeão, composto pelo Mister Gouveia, que continua a ter estas ideias malucas, pelo João e o Peter.
       Tínhamos decido de forma a diminuir as despesas, bem como podermos alimentar convenientemente, cada um seria responsável pelo seu cardápio.
Poderíamos escolher entre o Mediofondo, na distância de 105 kms e o Granfondo com 185 km e uma altimetria de 1721+.
          Depois de toda a logística montada e arrumada partimos para Évora, logo na manhã de sábado, efetuando apenas uma paragem para carregar "as peles" de hidratos (massa e afins), típico de ciclistas prós….lol…
     O quartel general deste Granfondo estava montado bem no centro da cidade, mais propriamente junto ao Templo Romano de Évora, também conhecido por Templo de Sofia.  
        Aqui chegados, fomos levantar os nossos dorsais e tirar as primeiras fotos da praxe, bem juntinhos ao cartaz do evento e já equipados com o jersey do mesmo, que classe.
    Escolhemos ficar instalados numa das casas dos Serviços Sociais da PSP, a cerca de 500 metros da partida, e, sem dúvida foi uma excelente escolha, já que ficamos muito bem instalados e a preços bem económicos (recomenda-se).
       No sentido de relaxar um pouco da viagem, fomos dar uma voltinha de uma hora de bike, de forma a afinar as máquinas para o dia seguinte e ainda tirar mais umas fotos pela cidade. Claro que eu tinha de aproveitar para comprar um híman, para recordação da cidade de Évora, compra da praxe...
        Mas isto de dormir fora de casa e antes de uma competição, é sinal de contar as horas constantemente e levantar com a sensação de direta, enfim…
      Mas o grupo estava com a moral em alta e foi assim que nos deslocamos para o ponto de partida, com a normal azáfama destes eventos, que contava com a participação de cerca de 2000 atletas. 
        Como não pagamos cedinho (normal), lá fomos parar para uma boxe bem atrasada e desta forma só tínhamos cerca de 1000 atletas para ultrapassar, se queríamos ganhar, pois claro. Com o tiro de partida dada à hora exata -09H00, com o início em pavé e a descer, todos os cuidados foram poucos, com muitos encostos, travagens bruscas, as famosas esquerda-direita, havia de tudo…
      Tentámos (eu e o Gouveia) rolar forte de forma a chegar à frente do pelotão, mas esse já estava muito longe e nunca conseguimos esse propósito, ficando por um 2º grupo, que rolava bem forte.
    Na 1º hora de prova quando olhei para o GPS, indicava que tinha sido feito com a média de 38 km/h (pensava eu: vais rebentar que nem uma castanha), mas pronto, siga….
     Grupo a grupo conseguímos sempre apanhar bons grupos e constantemente saltávamos estilo gazelas de uns para outros, até formarmos cerca de 15 atletas com níveis muito idênticos.
    Os pontos mais altos e principais dificuldades, eram a Serra d`ossa no Redondo e o Castelo de Monsaraz em Reguengos, que foram ultrapassados sempre a derreter alcatrão, em que eu só não sabia até quando ia durar.
      Por diversas alturas o Gouveia que ia forte, tentou sair do grupo, mas os outros não estavam muito nessa disposição e não davam mais que uns metros de distância, desgastando-o imenso estes ataques, já que o vento estava de frente e soprava bem forte.
      A prova tinha quatro abastecimentos, mas apenas no quarto efetuamos uma paragem, que nem um minuto demorou, dando tempo para meter líquidos e devorar dois bolos.
     A maior parte do grupo, não efetuou esta paragem, pois encontravam-se com um carro de apoio (não permitido) a repor líquidos e comida, colocando muitas vezes em perigo os restantes ciclistas, pois constantemente não conseguiam agarrar no que lhes davam, gerando-se muita confusão.
       Ficamos assim quatro atrasados. Como o vento era muito forte, em conjunto decidímos fazer um esforço e como todos passaram pela frente, alcançamos rapidamente os fugitivos.
     Faltavam cerca de 40 km para o fim, com o ritmo a continuar muito forte.
Então dá-se uma fuga, que contando com a ajuda da mota da gnr, conseguiu ganhar uma boa vantagem, já que ninguém conseguiu responder.
        Como eu e o Gouveia estávamos bem, decidimos em "comboio" rolar à vez na frente e anular a fuga, mesmo à pró…lol…pese embora já estivesse com o botão no vermelho.
   O restante pessoal continuavam impávidos e serenos e já nem iam à frente, seguiam apenas na rodinha boa. Claro que não tinha dúvidas que na ponta final, ia pagar caro esta brincadeira e iam passar por mim que nem balas…lol..
       Já na entrada da cidade Évora, tinha uma curva apertada à esquerda e de seguida ficava apenas uma subida bem inclinada, com cerca de 500 metros, em pavé, até à meta.
        O atleta que tínhamos anulado a fuga estava fulo com o grupo por não ajudarem, virou-se para mim e disse: vai, vai, vai tu…tendo em dito: não, vai tu, vai tu…lol..
           O Gouveia estava com caibras e disse para eu atacar. Decidi então meter tudo o que tinha e subir com o outro atleta. Ia morrendo com o esforço que fiz, aguardando a ultrapassagem a qualquer altura dos que vinham na "maminha". Para meu espanto ninguém respondeu, conseguindo assim ficar à frente de um bom grupo de atletas.
    Em termos estatísticos percorri os 185 km, em 05H10, com altimetria de 1721+, atingindo uma velocidade média de 37 Km/h e velocidade máxima de 77 km/h, onde de cerca de 2000 participantes ficar em 17º no escalão, muito bom
     Este granfondo fez passagem pelas cidades de: Évora, Estremoz, Redondo, Alandroal e Reguengos de Monsaraz.
  Uma palavra de agradecimento ao Gouveia que me ajudou sempre a gerir as forças e a tática para esta corrida, bem como ao João e Peter, pela amizade e boa disposição, que culminou com uma excelente prova e principalmente um excelente fim-de-semana. Somos os maiores carago....

Sem comentários: