Para a primeira prova da época, escolhi ir ao Granfondo de Évora.

Tínhamos decido de forma a diminuir as despesas,
bem como podermos alimentar convenientemente, cada um seria responsável pelo
seu cardápio.
Poderíamos escolher entre o Mediofondo, na distância
de 105 kms e o Granfondo com 185 km e uma altimetria de 1721+.

O quartel general deste Granfondo estava montado
bem no centro da cidade, mais propriamente junto ao Templo Romano de Évora,
também conhecido por Templo de Sofia.

Escolhemos ficar instalados numa das casas dos
Serviços Sociais da PSP, a cerca de 500 metros da partida, e, sem dúvida foi
uma excelente escolha, já que ficamos muito bem instalados e a preços bem
económicos (recomenda-se).
No sentido de relaxar um pouco da viagem, fomos
dar uma voltinha de uma hora de bike, de forma a afinar as máquinas para o dia
seguinte e ainda tirar mais umas fotos pela cidade. Claro que eu tinha de aproveitar para comprar um híman, para recordação da cidade de Évora, compra da praxe...

Mas o grupo estava com a moral em alta e foi
assim que nos deslocamos para o ponto de partida, com a normal azáfama destes
eventos, que contava com a participação de cerca de 2000 atletas.
Como não pagamos cedinho (normal), lá fomos parar para uma boxe bem atrasada e
desta forma só tínhamos cerca de 1000 atletas para ultrapassar, se queríamos
ganhar, pois claro. Com o tiro de partida dada à hora exata -09H00, com o início em pavé e a descer, todos os
cuidados foram poucos, com muitos encostos, travagens bruscas, as famosas esquerda-direita, havia de tudo…

Na 1º hora de prova quando olhei para o GPS,
indicava que tinha sido feito com a média de 38 km/h (pensava eu: vais rebentar que
nem uma castanha), mas pronto, siga….
Grupo a grupo conseguímos sempre apanhar bons
grupos e constantemente saltávamos estilo gazelas de uns para outros, até
formarmos cerca de 15 atletas com níveis muito idênticos.
Os pontos mais altos e principais dificuldades,
eram a Serra d`ossa no Redondo e o Castelo de Monsaraz em Reguengos, que foram ultrapassados
sempre a derreter alcatrão, em que eu só não sabia até quando ia durar.


A prova tinha quatro abastecimentos, mas apenas no quarto efetuamos uma paragem, que nem um minuto demorou, dando tempo para meter líquidos e devorar dois bolos.
A maior parte do grupo, não efetuou esta paragem,
pois encontravam-se com um carro de apoio (não permitido) a repor líquidos e
comida, colocando muitas vezes em perigo os restantes ciclistas, pois constantemente
não conseguiam agarrar no que lhes davam, gerando-se muita confusão.

Faltavam cerca de 40 km para o fim, com o ritmo a continuar muito forte.
Então dá-se uma fuga, que contando com a
ajuda da mota da gnr, conseguiu ganhar uma boa vantagem, já que ninguém conseguiu responder.
Como eu e o Gouveia estávamos bem, decidimos em "comboio" rolar à
vez na frente e anular a fuga, mesmo à pró…lol…pese embora já estivesse com o botão no vermelho.

Já na entrada da cidade Évora, tinha uma curva apertada à
esquerda e de seguida ficava apenas uma subida bem inclinada, com cerca de 500
metros, em pavé, até à meta.
O atleta que tínhamos anulado a fuga estava fulo
com o grupo por não ajudarem, virou-se para mim e disse: vai, vai, vai tu…tendo
em dito: não, vai tu, vai tu…lol..
O Gouveia estava com caibras e disse para eu
atacar. Decidi então meter tudo o que tinha e subir com o outro atleta. Ia
morrendo com o esforço que fiz, aguardando a ultrapassagem a qualquer altura dos que vinham na "maminha". Para meu espanto ninguém respondeu, conseguindo assim
ficar à frente de um bom grupo de atletas.

Este granfondo fez passagem pelas cidades de: Évora,
Estremoz, Redondo, Alandroal e Reguengos de Monsaraz.
Uma palavra de agradecimento ao Gouveia que me ajudou sempre a gerir as forças e a tática para esta corrida, bem como ao João e Peter, pela amizade e boa disposição, que culminou com uma excelente
prova e principalmente um excelente fim-de-semana. Somos os maiores carago....