02 Agosto 2015- Gaia- Srª Graça

    Subir ao Alto do Monte Farinha, mais conhecido por Srª da Graça, num dia normal já é memorável, agora num dia em que a caravana da Volta a Portugal passa por lá, é fantabulástico.
    Depois de muito combinar, descombinar, marcar e desmarcar, pensar e repensar, eu e o Gouveia lá decidimos sair de Gaia já a pedalar.
    Tínhamos pela frente cerca de 120 km e mais um extra de cerca de 10 km a subir até ao ponto mais alto da Srª da Graça, onde contaríamos nesta fase com a companhia do Gonçalo, filho de Santos e do leite, que ia andar a fazer piscinas, até à nossa chegada.
     A única certeza que tínhamos, era que se não fossemos enganados pelas nossas famílias, vínhamos sentados de carro até casa.
    Em Valongo, ainda passamos pelo staff da W52, estando os atletas a descansar para o grande dia que tinham pela frente. 
   O ritmo foi sempre certinho, onde significa que um sofre e o outro vai tranquilo, adivinhem quem sofre??????...eu, pois claro….
    As paragens foram sempre poucas e estranhamos o facto de não nos termos cruzado com muitos ciclistas, que por norma ali se deslocam em massa para subir até à Santa. 
     
Passamos assim pelas cidades de Gaia - Porto - Valongo - Baltar - Paredes - Penafiel - Lixa e Celorico de Basto.
     Aqui e porque eu já ia a soro, decidimos reconfortar o estômago e matar a sede, já que o calor fazia-se notar bem e a fome já era muita.
    Quando chegamos perto de Celorico notou-se o aumento brutal de pessoas e a azáfama que a volta a Portugal traz às localidades por onde passam, e principalmente onde terminam as etapas.
     Ainda nos cruzamos com o André e o Laranjeira que já tinham subido e iam almoçar.
    O Gouveia tinha combinado com o Sérgio Santos, acompanhar o seu filho, maçarico nestas andanças, até ao ponto mais alto, que se tornou numa autêntica aventura. Para quem conhece aquele local, ir até ao ponto mais alto, sem treino e sem experiência, foi de loucos.
    No início do ataque éramos 4: eu, Gouveia, Sérgio e o Gonçalo. Claro que o Sérgio ia morrendo e ficou a meio.        Ora com a ajuda do Gouveia, ora com uns empurrões da minha parte, o miúdo lá se aguentou, mesmo com muita vontade de desistir.
   Ainda consegui ajudar até faltar cerca de 500m…sim…apenas 500m, mas rebentei que nem uma castanha. 
   De seguida entrou em ação o Leite, e assim conseguiram quase teletransportar o Gonçalo até ao seu objetivo. 
   Claro está que chegou no limite das suas forças e acho que ele não desmaiou, pois nem sequer tinha forças para tal…lol..foi enorme sem dúvida.
  Eu a penar lá consegui terminar, com imensa gente a dar força durante toda a subida, onde as filas de cerveja e afins, perfilam subida acima, coisa já habitual.
    Restava almoçar, para depois assistir aos verdadeiros prós da fininha, numa etapa sempre importante para a decisão da volta a Portugal.
    A esposa do Santos gentilmente fez um farnel para os famintos e lá tivemos de encher o bandulho…lol..
    Como nos distraímos na hora, não conseguimos descer muito, tendo de ficar a cerca de 125 m da meta.
    Mesmo a subir, os ciclistas passaram que nem flechas, e apenas tínhamos tempo para bater nas barreiras e puxar pelos nossos atletas preferidos.
  Na descida para os carros e tendo em conta que o Gouveia levou equipamento igual ao da equipa W52, foram várias as pessoas que pediam os bidons e para tirar uma foto, ainda deu para rir. 
   E como as mulheres não falham, lá estavam elas prontas para nos dar boleia até casa, depois de uma grande seca, pois claro. 
   Foi um bom treino, onde no final ficaram 131 km feitos em 05H45, com uma altimetria de 2300+.
    Um agradecimento ao meu companheiro de luta, por mais uma aventura, à esposa do Santos, por ter reconfortado o estômago, bem como às nossas esposas que levaram uma seca à nossa espera.

Sem comentários: