27/05/2012 - 4ª Etapa Circuito NGPS - "Quando a bicicleta também fala"

      Antes de mais apresento-me: muito prazer sou a Cannondale RZOne, aquela que anda sempre com o Tojo em cima, e desta vez sou eu que vou relatar esta etapa, porque também mereço.
     Pois bem, depois do meu dono me ter suplicado, lá o deixei inscrever na 4 etapa do Circuito NGPS, desta feita em Mondim. Já lá vão 4, sim, porque ele já me monta desde a 1ª etapa, por isso acho que anda a abusar um bocadinho...lol...
      Para esta viagem, levei as minhas primas: Mondraker - "montada" pelo Pedro, e a Scott - "montada" pelo Márito, que me contou que o este, à muito que não a "montava", azar dele.
     Fizemos assim uma viagem tranquila com os nossos guiadores ao vento até Mondim de Basto, onde estava uma temperatura muito boa para mais uma aventura por paisagens deslumbrantes.
    Enquanto íamos trocando impressões e relatavamos experiências vividas noutros trilhos, o nossos donos, foram até ao café da região, encherem o "bandulho", já não basta o que pesam e ainda foram encher mais a barriga.
De seguida foram levantar os dorsais, com as respectivas recordações da cidade.
      Continuavam a chegar as "primas", algumas delas já conhecidas destas andanças e outras que ainda não a conhecia, algumas bem bonitas pelo sinal. Estavam cerca de 84, onde cerca de 40 iriam-me acompanhar na prova maior.
     O  meu dono-Tojo, tinha colado em mim, um desenho da altimetria e pontos de abastecimento, fazendo-se ainda acompanhar pelo seu brinquedo GPS Garmin, para me ajudar a orientar, nada falha.
       A partida foi dada com cerca de 30 minutos de atraso, onde volvidos cerca de 5 Km, ainda eu nem tinha aquecido os pneus e já
se encontrava um excelente abastecimento junto ao Hotel Mondim, com muitas iguarias, mel, sumos, bolos, etc....se tivessem colocado isto antes da partida de certeza que os dono das minhas primas se tinham alambuzado muito mais.
        Os trilhos estavam secos, mas o percurso era muito duro, com muita pedra, e isso estava a dar cabo das minhas "cruzes".
       Passamos por single-track junto à Levada de Piscaredo - PR 2 - que se inicia junto à Confluência do Rio Cabrão com o Rio Cabril, feita no séc. XIII no reinado de D.Afonso II. Foi construída pelos propietários das terras de Mondim, para fazer chegar às suas terras, a água, numa altura em que esta era muito escassa. Aqui e por se rodar devagar, o Tojo desiquilibrou-se e caiu para a ravina, tendo sorte por ter ficado preso a mim e a manete do travão ter ficado presa numa pedra existente. Ficou suspenso em cima das silvas e pelos rancos das árvores, e nem os olhinhos mexia, senão ia pela rebanceira abaixo e nem se conseguia ver onde ia cair.     Digamos que ficava no buraco negro, pelo menos já não o tinha de carregar até à meta. Consequência disto foi a manete do travão em carbono partida, até me doeu a alma....lol...mas pelos vistos não foi o único, poi houve quedas bem piores naquele local.
      Problema ultrapassado, lá continuamos a rolar em bom ritmo, sem grandes paragens, a não ser um constante sair de cima de mim pelo Tojo e empurrar-me à mão, com muitas partes impóssíveis de serem feitas a rolar. Tínhamos a 1ª paragem programada para o km 37, chegando a este pelas 12h45, ao Café Restaurante Sabores do Alvão. Aqui o Márito, pensava que ia ter tempo para dormir uma soneca, mas o meu dono não gosta muito de paragens e à chicotada lá o convenceu a despachar, sem antes tomar a bela da coca-cola e cafézada, a verdadeira combinação de cafeína.
       As paisagens continuavam deslumbrantes, com especial relevo para as Fisgas de Ermelo (candidata a maravilha natural), onde aqui é sempre surpreendente e arrepiante. Esta cascata é uma das maiores quedas de água de Portugal e uma das maiores da Europa. As suas águas separam as zonas graníticas das zonas xistosas das terras envolventes.O desnível desta cascata, apresenta assim 200 metros de extensão cavados pelo rio Olo que nasce no Parque Natural do Alvão.
    Um pouco mais à frente apareceu um pequeno dilema, onde tinhamos que atravessar o rio, mas eu não tinha trazido as barbatanas, pelo que o Tojo decidir pegar em mim às costas, para eu não molhar os pneus, mas tambem não fez mais que a sua obrigação, foi um momento hilariante.
    Pelas 15h30, já estavamos na Tasquinha da Alice e com 57 Km nas rodas. Claro que os donos das minhas primas se apressaram a se abastecer de mais uma combinação de cafeína, o normal.
    Não estavam previstas mais paragens, apenas para as normais fotos para mais tarde recordar. O ritmo continuava constante e as minhas primas continuavam a dar boa conta de si, sempre a rolarem muito bem, os seus donos é que nem por isso...lol..
Pedro, Mário e Tojo
    Eis que chega a subida ao mítico Monte Farinha, porta-estandarte deste evento, onde aproveitei para por à prova a forma física do Tojo, obrigando a meter mais força nas pernas e acelarar mais o batimento cardíaco, até chegar mesmo ao topo, já com uma altitude de 920m. Aqui e para quem já conhece é o normal explendor, com vista espetacular das varias Serras a norte do Douro: Alvão, Marão e Cabreira.
       Ficava a faltar poucos kms, para concluir este dia de puro btt, e nada mais que descer até Centro Mondim, a velocidade loucas, onde chegamos atingir os 67km/h, que medo....lol...
       Em suma demoramos cerca de 8H05m a concluir esta etapa, onde levei com Tojo em cima cerca de 6H30, fazendo um acumulado de 2450+, para um total de 86Km.
     Foi mais um excelente dia btt, onde as subidas eram autênticas paredes, boas para escalar e as descidas durinhas e bem ingremes, característica dos trilhos de Mondim.
    De salientar que depois de nos meterem novamente no tejadilho, foram logo encher a barriga, pois estão sempre com fome....bjos para as minhas primas Mondraker e Scott.. 

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