23 Maio de 2015 - Ultra Marathon Bairrada 150

   A minha paixão, são as longas distãncias em BTT. 
   Este ano surgiu uma nova prova, denominada Bairrada150, muito parecida com a que fiz em Serpa- SRP160.
    Tal como o nome indicava, era uma prova guiada por gps, com a distância de 150 km e com a altimetria de 4.130+, só por si signónimo de muita dureza.
   Neste tipo de desafios, o meu principal objetivo é terminar e conseguir superar-me a mim próprio, sem preocupações de classificações.
    Desta forma, quando pensei em "levar porrada velha", queria arrastar comigo alguns dos meus amigos que gostam de comer pó, e que têm algum andamento nas pernas, devido à dificuldade que se esperava da mesma.
      Pensei, mas de tanto pensar e tentar convencer alguns, que não interessam os nomes, apenas "enganei" o Laranjeira...lol...
   Esta foi a sua primeira edição e foi apadrinhado por várias caras conhecidas e campeões de btt, como Tânia Neves, Marco Chagas, Celina Carpinteiro, José Silva, entre outros, em que alguns deram uma perninha.
    Pelas informações que foram disponibilizando no site do evento, dava para pressentir, que estavam no bom caminho em termos organizativos, e não seria mais uma prova para "encher chouriços".
    Assim, partímos cedinho para a Bairrada, onde pelas 06H00, já estavamos a levantar os nossos dorsais junto do staff, que já estava todo reunido. 
Ela prova, podia ser feita em individual, duplas e triplas, por isso havia escolha para todos os gostos e pernas.
    Teve início logo às 07H00, com mais de 300 bttistas, pelo que a aceitação foi muito boa, para uma primeira edição.
   Os primeiros 50 km foram feitos a grande velocidade, com ultrapassagens constantes, muito pó à mistura e alguma confusão, que a determinada altura mais parecia que estava numa meia maratona qualquer...lol...
    Eu gosto de evoluir nestas provas, pensando sempre de abastecimento em abastecimento, ou seja, ponto a ponto.
    Depois do 1º abastecimento (47 km), que também culminava com a transição das triplas, seguimos a nossa viagem. O Laranjeira, mais sensato que eu...lol..., achava que devíamos diminuir o andamento, tendo em conta que íamaos bem rápidos, pelo que decidímos gerir melhor o esforço.
   Até ao 2º abastecimento (73km), a altimetria subia em flexa e aqui sim, a dificuldade apareceu e de que maneira. Para quem se inscreveu nas duplas, foi aqui que terminou a sua prova.
    Nos abastecimentos, que estiveram sempre a bom nível, com bastante comida e bebida diversa, tentámos sempre comer algo, retemperar um pouco as energias e dar descanso às pernas.
   Tínhamos pela frente mais 25 km até ao 3º abastecimento (97km), com subida à Varziela, Serra do Caramulinho e passagem pelas Eólicas. A dureza dos trilhos e o calor, estava a tornar muito dificil este desafio, mas continuávamos ainda com força e determinados a continuar.
 As subidas eram longas e duras, mas as descidas eram sempre feitas com muita pedra solta, que além de não dar para descansar, aos poucos ia derretendo o meu pescoço, mais do que as pernas.
    Com cerca de 08H20 de prova, conseguimos chegar ao 4º ponto de abastecimento, naquele que esperávamos ser a última dificuldade do dia, mas errámos, pois os 30 km finais custaram imenso.
    Mas ainda guardamos uma forcinha adicional para a parte final, pois o Laranjeira em jeito de brincadeira, quando referiu que vinha um grupo grande, bem atrás de nós, decidímos forçar o andamento, equiparado a um sprint..lol..
    Foi com enorme entusiasmo e alegria que cortei a meta de braço no ar com o meu amigo Laranjeira, pois éramos finisher.
   Na chegada ofereceram-nos além da medalha de finisher, uma caixa de kiwis, só que estavamos tão derretidos que nem podíamos com a caixa. 
   O homem do martelo andou muito perto, mas com o calor caiu antes de nós, que medoooo.
    No final, aproveitando os diversos eventos que ocorriam à volta do estádio, deu para descontrair um pouco e relaxar.
    Depois da entrega dos prémios, em que o José Silva voltou a brilhar, regressámos satisfeitos da vida e de barriga cheia de tanta porrada e pó.
   Em termos gerais dos 279 que conseguiram terminar, fiquei em 155 na geral e 44 no meu escalão, em que o último master B ficou em 71, acabou por ficarmos a meio da tabela, bem bom... 
  No meu registo, fiz 152,7 km, feitos em 09H50 e 3650+, com uma média de 15,5 km/h e velocidade máxima de 67 Km/h.
   Fizemos passagem por Oliveira do Bairro- Bussaco- Caramilinho- Urgeira-Pateira- Oliveira do Bairro, entre outros.
   Uma palavra de agradecimento ao meu amigo Laranjeira, por ter aceite o meu convite e juntos termos superado as dificuldades da prova, pois como sabem numa etapa tão longa, temos momentos fortes e outros nem por isso.
     Venha a próxima, que está já faz parte do passado...

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