1ª etapa Circuito Gps Epic 2015 - Geo Bike Challenge- Serra Estrela

     Depois do circuito NGPS se ter dividido ao meio, nasceu o "Circuito Gps Epic", em que a Ecobike tinha a honra e responsabilidade de dar o "pontapé de saída". Depois de eu ter estado 2 anos sem participar nos eventos organizados por esta equipa, por razões por mim completamente ultrapassadas e esclarecidas, tinha uma enorme vontade de voltar, confesso. 
   Claro que para esta etapa, a Ecobike assumia uma grande dose de responsabilidade e risco, não só pela altura do ano, bem como pelo local escolhido, nada mais que o ponto mais alto de Portugal Continental (1.993m), ou seja, a magnífica Serra da Estrela, ultrapassável só pela montanha do Pico (2.351m).
     Um dos problemas que tinha para resolver, era exatamente quem iria ser o meu companheiro nesta viagem, já que o meu amigo Templário, como era óbvio estava ocupado na organização desta etapa. Face a isso, nada melhor que convidar o Gouveia, que estava em grande forma, tendo uma grande oportunidade de voltar ao monte e assim deixar a roda fina por um dia...lol...            
    Consultado o meu blog, o Gouveia já não vinha ao monte, desde a viagem que fizemos a Idanha-a-Nova, em 08 de Maio de 2010, meu deus .....
    Durante a semana que antecedeu o evento, o tempo não tinha estado nada famoso, com muita chuva e nevoeiro, contudo contávamos com as boas previsões para subir à torre.
   Pois bem, depois de ter dormido muito rápido, pelas 05h45, já estava o Márito em minha casa, onde depois de carregar os gordos Ricardo e Carvalhal, de imediato partimos para Seia, local onde estava todo o staff montado.
   Aqui chegados a animação já estava ao rubro, sentindo-se o natural frenesim que antecede estes eventos de btt, com muita boa disposição e alegria entre todos, onde revemos amigos e conhecidos destas andanças, como se tratasse de um ritual, em que de etapa em etapa lá estamos todos reunidos para mais um dia de btt.
   Partimos a um bom ritmo, onde se notava e bem a altimetria, tal como gosto.            Mesmo quando apertava o ritmo, o meu companheiro estava sempre lá a roer-me os calcanhares, onde não se notava a ausência prolongada do monte, perdendo um pouco apenas nas zonas mais técnicas a subir e descer, onde a diferença para a estrada é muito.
   O tempo não estava nada famoso, com muito nevoeiro, frio e chuva miudinha, onde começávamos a ter medo do que nos esperava na parte final da etapa. 
    Até meio da etapa, tinha uma sensação que os gastos de energia, eram menores do que ia comendo nos postos de abastecimento, culpa da organização, que de 10 em 10 Km colocava bananas, aletria, laranjas, bebidas isotónicas, barras, para deleito do pessoal, ficando apenas a faltar aquecedores...lol...
   Quando começamos o "ataque" à torre, o tempo estava muito agreste, com imenso frio, rajadas de vendo muito fortes, em que constantemente pedalava de lado, para não ser cuspido para a berma.
   Até à lagoa comprida, ainda fomos aguentando o frio, que à medida que subíamos, mais difícil se tornava. Com o nevoeiro serrado, era impossível ver muito à frente, perdendo a noção de quanto faltava até ao cume. Aqui chegados, meu deus, escondemo-nos atrás de uma roulotte, tiramos umas fotos à pressa, coloquei o impermeável e siga que para baixo, que estava mau de mais para ser verdade.
   A descida, meu deus, a descida…foi terrível. As luvas estavam já à muito molhadas e com a temperatura tão baixa, estava completamente gelado. Não sentia as mãos e nem as mudanças conseguia mudar, nunca tinha sentido tamanho frio nas mãos, com o meu companheiro sempre a soprar-me nas orelhas…lol..
 Descemos o mais rápido que conseguíamos, já que havia muito trânsito na torre, até chegar novamente ao abastecimento onde se encontravam o Márito com o André, voltando novamente aqui a entrar no trilho.  
    Depois aconteceu exatamente o contrário, à medida que subia a temperatura, as mãos aqueceram e pareciam que iam explodir de tanto calor, mais uma consumição….lol…
    Contudo, continuávamos a bom ritmo, sempre a fugir do frio da serra, até chegarmos a uma escarpa, que tinha de ser transposta à mão, tal era o declive, para chegarmos ao famosíssimo “cornos do diabo”, que custaram imenso a transpor, já que era bastante perigoso, onde ainda pensei em atirar a bicicleta do cimo e depois recolher quando acabasse de descer o declive…lol…
    Segundo a organização, este foi o preço que tivemos de pagar, para termos acesso ao que se ia passar a seguir – percorrer um single track denominado “levada da àgua”. Sem dúvida que além da sua beleza, foi sempre feito a serpentear a grande velocidade, com a água mesmo pertinho das rodas.
    Quando já começava a cheirar o fim, eis que tivemos mais uma picada para outro local de culto, ou seja, “cabeça da velha”, que estava velhinha, mas em grande forma, tendo em conta algumas pessoa que conheço.
   Finalmente chegamos ao fim do percurso, já com 78 km contados, com mais de 2.600 de altimetria acumulada, feitos em 5H30, com uma média perto dos 14 km/h…muito bom….
    Se soubesse o que ia sofrer com o frio a descer, não tinha ido ao cimo da Serra, pelo menos foi esse o sentimento quando acabei, mas não o de agora…lol…sempre a mesma vontade e loucura.
  Para a posteridade ficaram as passagens pela imponente Torre, Vale do Rossim, Manteigas, Lagoa comprida, Seia, Sabugueiro, Cornos do Diabo, Cabeça da Velha, entre outros.
   Depois do banho tomado e sempre com água quente, lá fomos encher a barriguinha, com mais um mimo da organização, pois ainda tinha direito um pedaço de pão com queijo da serra, vinho do porto, tosta com mel e ainda um puf para o frio do pescoço, não faltava nada.
  Na chegada ainda estavam montadas duas tendas, uma da Nutrimania, em que nos era oferecidas bebidas isotónicas, bem como fast recovery e ainda uma de queijos de sandes de presunto. Aqui o problema foi comer apenas uma sande, bem recheada de presunto e com queijo da serra, estavam brutais.
   Tal como já referi o risco foi ganho, pois estiveram em enorme plano, com  inúmeros abastecimentos em que nada faltava; centenas e centenas de fotos, em locais sem condições mínimas; partida e chegada muito bem organizadas, com muito bom ambiente; os banhos quentes; as lembranças e o queijinho da serra, tudo esteve presente, e por isso estiveram muito bem, esperemos pela próxima, que devia ser no Algarve…lol…
  Uma palavra de agradecimento para o meu amigo Gouveia, que regressou ao monte, e, que me acompanhou nesta etapa duríssima. Não obstante a altimetria, tinha decidido impor um ritmo forte desde início, para ver até onde conseguia ir. Senti-me bem e sempre acompanhado por muito perto pelo Gouveia, que a continuar assim nem no monte vai cheirar a minha roda…lol…  
   Obrigado aos Ecobikes pela maneira amiga como todos sem exceção me receberam.

   Venha a próxima etapa….

1 comentário:

Unknown disse...

Parabéns aos 2, por esta grande aventura off Road :)