O Pereira lá me desafiou, conseguindo mesmo uma “bike
fininha” emprestada para o acompanhar e assim não ter desculpa de recusar…lol..
Pois bem, todos sabem que estrada não é a minha praia e
andar com pessoal com experiencia e bicicletas de alguns milhares de euros, era
sinal de empeno certo.
Contudo decidi aceitar, pelo desafio, experiência e porque
nunca tinha assistido in loco a todos os preparativos e caravana da prova mais
importante do calendário nacional, pelo que era algo que me entusiasmava.
A partida estava prevista para as 07H00 em Campo – Valongo e
como é normal em grupos grandes, o atraso acontece sempre. Como já referi, o
pessoal de estrada, por norma gostam de andar bem equipados, com bicicletas
feitas à medida e bem caras. Com o meu “chaço” emprestado, tinha como
estratégia seguir na roda dos prós e tentar aguentar o ritmo, até sair as peças
do meu motor.
O calor neste dia, foi um dos grandes condicionantes e que
muito dificultou esta aventura, chegando aos 37 graus, imaginem na estrada…. As
paragens foram sempre muito curtas e serviam apenas para encher bidons. Sempre
que haviam acelerações no grupo, as pernas iam ficando cada vez mais duras,
pois os andamentos são sempre feitos com mudanças pesadas e sempre à base de
força e nunca em rpm.
Quanto mais perto estávamos da cidade de Mondim, maior era a
confusão de pessoas e bicicletas, ora a rolar, bem como em cima dos tejadilhos.
A esta hora já se viam centenas de pessoas nas bermas.
Pelo que sabia, do centro da cidade- junto aos Bombeiros, até
ao ponto mais alto- Igreja da Srª da Graça, distava 13 km e era para subir,
pois não tinha elevador.
A subida foi bastante mais dura do que na realidade estava à
espera, pois a mais leve mudança na bicicleta que levei era muito pesada para
meu gosto. Se juntar a tudo isto, o calor, inclinação e os 80 e tal km que já
levava nas pernas, facilmente se percebe as 170 pulsações que atingi e o homem
do martelo rolava bem pertinho da minha roda traseira…lol…
Sem dúvida esta subida é arrepiante, e não obstante faltar
mais de 5 horas para a chega dos ciclistas, já eram centenas de pessoas que se
amontoavam nas bermas. Muitos tinham mesmo optado por dormir em tendas e marcar
o seu lugar, onde outros iam aproveitando para perfilar as suas conquistas
obtidas durante a noite longa, ou sejam, dezenas de garrafas vazias de cerveja,
um habitue nestas etapas.
Na chegada ao cimo…ufa que doeu…fomos até ao pódio para
tirar as fotos da praxe e eis que já lá estava o pró do Leite, que também tinha
saído de casa para fazer esta etapa.
Depois de ter tomado duas garrafas de oxigénio, lá descemos
até junto do nosso grupo, que tinha ficado no início da subida, para juntos
irmos almoçar e retemperar forças.
Devido ao tamanho do grupo, não era fácil arranjar uma mesa
para tanto pró, principalmente num dia de tanta confusão e stress, com os
restaurantes todos cheios de gente, maior parte praticantes e amantes desta
modalidade. Com muita dificuldade lá conseguimos arranjar uma mesa dentro do
restaurante, tendo a maior parte do grupo ficado da parte de fora, mas com o
calor que estava, nem havia necessidade de mandar aquecer a comida…meu deus…
Nada melhor que uma cola fresquinha e um prato de massa à
bolanhesa, para retemperar as forças, pois ainda tínhamos de efetuar a viagem
de regresso e isso significava a módica viagem de mais de 80 km…ai ai….
Depois de meia coça já realizada, barriga cheia e o calor
tórrido, a vontade de voltar a sentar no selim e andar de bicicleta é 0, ou se
possível menos de 0.
Bem, lá tinha de ser e lá seguimos na roda do líder Bonini,
que impunha ritmo bem forte, lá se foi a massa…lol…
Levamos logo com uma subidinha bem inclinada e os pés
começaram novamente a ficar estilo forno. A sorte foi mesmo ter encontrado uma
queda de água, onde de imediato refresquei os pezinhos e eles agradeceram.
Tal como estava no programa inicial, decidimos parar num
café para refrescar um pouco e assim poder ver em direto a final da subida da
Torre.
Seguimos o conselho dos médicos, pois gostamos de seguir tudo
à risca, e abastecemos de cerveja preta e batatas fritas, para repor o sódio perdido
na transpiração…lol…
A restante viagem foi feita pelo grupo, uns melhores outros
nem por isso, em que consegui gerir bem o esforço e chegar relativamente bem…
Ficou assim mais um “dia de loucos”, passado em cima a
bicicleta, com alguns indicadores “engraçados”: total de 197km; altimetria de
3204+; velocidade máxima 70 km/h; 171 pulsações máximas e perdidas cerca de
7616 calorias
Este pessoal de estrada do Grupo Bonini, muito bem disposto e simpático, não brinca em
serviço e rolam mesmo, brutal, obrigado pela boleia…
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