25 Junho de 2011 – À conquista de Drave – Serra da Freita
Pelas 07H00 já estava tudo concentrado nas bombas, para seguir em direcção ao Parque de Campismo de Merujal, onde pelas 08h30 já nos encontrávamos a descarregar as nossas “meninas” e a carregar as mochilas, pois todo o percurso seria em autonomia total e estavam previstas temperaturas altas, logo tínhamos que levar muitos líquidos.
Os primeiros 30 Km corriam muito bem, havendo tempo para uma pequena paragem num café, onde fomos presenteados com as famosas “Pedras Parideiras”, ou seja: fenómeno de granitização raríssimo no mundo, em que através da termoclastia, pequenas rochas graníticas se formam e separam da rocha-mãe, jazendo então no solo.Pelas Aldeias que íamos passando, eram um místico de nostalgia e beleza, típico nestas regiões do Portugal profundo, em que de vez em vez nos cruzávamos com os ali residentes, por norma com idades avançadas, mas sem com disposição para nos saudar.
Para chegar a Drave, o percurso que tinha sido retirado pelo Ricardo para o GPS, não era ciclável. Neste momento as coisas complicaram e o calor era muito, causando ainda mais dificuldades, havendo ainda, pelas nossas contas, cerca de 8 km de percurso para fazer, com muita pedra solta e com as nossas “meninas” às costas e não em cima delas como gostamos…lol…
Numa altura em que o Ricardo tentava procurar novo trilho, perdeu-se do grupo, originando um ataque de “raiva” do Quelhas, que estava com vontade de o comer vivo, e, só não o fez porque se lembrou que tinha na mochila, cervejinha fresquinha e uma taça de massa, atum e milho, e que boa que estava…
Como ele estava a ferver, eram facilmente audíveis os abutres, que já rondavam por cima das nossas cabeças, dizendo “Cai Quelhas, Cai Quelhas, tanta comidinha”…lol
E eis que, quando já nos encontrávamos novamente com falta de água, avistamos finalmente a Aldeia de Drave, composta por casas em xisto, destacando-se a capela de cor branca e uma pequena lagoa de águas frias, ou seja aquilo que por miragem víamos ao longe, para ali podermos descer o termómetro do corpo e tomar um belo banho refrescante. ![]()
Tempo ainda para uma breve conversa com um grupo de escuteiros que se encontram a preservar aquela aldeia mítica e para as fotos da praxe.
Tínhamos então que voltar a subir tudo até alcançarmos a estrada, continuando assim o imenso esforço debaixo do muito calor. Cada metro que andávamos, quase que tínhamos necessidade de beber. De salientar que durante esta subida tivemos novamente o apoio do outro grupo, no fornecimen to de água, que se mostrou de uma importância vital. Contudo custava-me mais andar a pé, por causa das bolhas que tinha nos dois pés, do que ir em cima “dela” em passo caracol. Foi sem dúvida o passeio mais violento que fiz até então, conseguindo mesmo superar em termos dificuldade a prova do GEO120, que como se recordam foi feita com condições meteorológicas muito más, muita chuva e temperaturas muito baixas … mas ficou o sentimento de prova superada, pois dos fracos não reza história. Esta crónica serve também como gratidão aos meus companheiros de “luta”, Ricardo, Quelhas e André, pelo empeno que me proporcionaram.
Deixo no ar esta frase: “Nem todos os caminhos, são para todos os caminhantes” - Goethe
Subscrever:
Mensagens (Atom)