Nos últimos tempos vinha a ser tentado a experimentar algo de novo, ou seja o Trail Running, tão apetecível pelos amantes de btt, e, que também não dispensam a sua corridinha. O Trail é uma modalidade que se desenrola em zonas Montanhosas com grandes declives,
trilhos técnicos, subidas e descidas íngremes em terreno acidentado, subidas de
pedras, transições de riachos, muitos deles inacessíveis sem ser a pé. Devido a
esta dificuldade e à dureza dos mesmos, nem sempre os atletas conseguem
correr, conseguindo apenas caminhar, saltar, ou mesmo rastejar...lol....

Pois bem, depois de apenas dois treinos
feitos, decidi aceitar o desafio e aceitar o convite para uma transferência milionária, para assim assinar por uma época pela equipa Longusbike - Amigos do Trail e
assim inscrever-me naquela que seria a minha 1ª prova de Trail, ou seja no Trail
Santa Iria. Este, iria percorrer os caminhos e trilhos da Serra de Santa Iria e Serra das Banjas,
Freguesias de Melres e Aguiar de Sousa, na distância aproximada de 25km e com um
acumulado de cerca de + 900 m., (Classificação ATRP - TL/D - Trail Longo
Difícil, índice dificuldade 3,6), contando ainda com uma caminhada de 9
km.
Pois bem, o dia nasceu frio, com temperaturas a rondar os 0º e muito cedo para meu gosto. Pelas 07H00 já estávamos a caminho de
Melres para o levantamento dos dorsais. Ao pouco os atletas iam chegando àquela pequena localidade, alterando o normal silêncio de um domingo.
A partida não foi dada, sem antes pousarmos para a foto de equipa, onde pelas 09H15, foi feita a contagem decrescente e lá seguimos naquela que se tornaria uma verdadeira aventura. Os 4 km iniciais foram feitos a subir e a bom ritmo, conseguindo
o milagre de fazer esquecer o frio…lol…pudera…,onde rapidamente alcançamos o Marco
Geodésico de Santa Iria (420m altitude), logo subiu, subiu, subiu….
Aqui o coração por várias vezes tentou sair da boca, onde a muito custo tinha que a fechar de forma a não perder peças, logo no início. Rapidamente surgiu uma descida
bem acentuda e traiçoeira, com muita pedra solta, conseguindo meter um pouco mais de ritmo, pese embora ser transposta em "pézinhos
de lã", até atingir o 1º posto de abastecimento, sito ao km 6, onde que rapidamente me abasteci de água.


De seguida veio uma grande “parede” denominada “Subida Impossível”,
que foi ultrapassada a rastejar e com a pulsação a sair dos limites
aconselhados à minha avançada idade…lol.. Como
sempre me ensinaram, no fim de uma subida, tem sempre uma descida, e, ainda
estou para perceber o que prefiro, se bem me faço entender. O singletrack era
feito com a adrenalina no máximo e com uma paisagem espetacular e brutal, ladeado pela Cascata dos Cadeados, onde o
pessoal das vertigens teve alguma dificuldade em olhar.
Nesta fase, o meu colega de equipa –
Pereira, decidiu abrir o pára-quedas e literalmente voar, nunca mais o tendo visto.