Para quem recusou andar de roda fina durante
vários anos, acabar por se inscrever na 2ª prova de estrada num ano, é
record…lol…
Pois bem, voltei a aceder ao incentivo do
Gouveia, para participar no Skyroad Serra Estrela, aceitando assim a
amabilidade do seu convite para na companhia da minha família, pernoitar na sua
casa, durante todo o fim-de-semana.
Para ajudar à festa ainda tínhamos a companhia do
leite, onde esta residência se transformou num verdadeiro centro de estágio de
prós.
SÁBADO: logo pela manhã, tínhamos programado um treino
ligeiro. É sem dúvida um privilégio andar de bike num sítio tão bonito como a Serra
da Estrela, onde fizemos uma passagem por Unhais da Serra, local que já
conhecia.
Claro que o ligeiro para mim, não é o mesmo que
para estes dois malucos. Este “ligeiro” acabou por resultar em 60 km em 2H30 e
perto de 1000+, que brutalidade.
O melhor foi mesmo uma paragem para o café,
aproveitando para saborear umas extraordinárias natas de cereja, típico do
Fundão, meu deus, que perdição de doçura….
De regresso a casa, foi de imediato tempo do
mergulho na bela de uma piscina, junto das famílias, num ambiente relaxante e
com uma paisagem deslumbrante e silenciosa, que parece tudo ter parado no
tempo, onde era capaz de permanecer ali semanas inteiras.
Nada podia faltar para o dia seguinte, e tudo foi
preparado com antecedência e cuidado, para nada faltar no grande skyroad.
DOMINGO: Levantamos cedinho para um pequeno-almoço
consistente, de forma a ter gasolina para chegar ao cimo da Serra.
Pessoalmente decidi ir ao Mediofondo, que tinha
uma extensão de 77 km com 2.800+.
Toda a etapa percorria a vertente sul da Serra da
Estrela, estando toda a logística montada na Vila de Manteigas.
Como chegamos cedinho, tivemos tempo para
estacionar o “camião” e descontraidamente
preparar as bikes e restante material.
Na partida já se encontravam muitos atletas com o
speaker a animar o pessoal, de forma a retirar o stress que antecede sempre
estes grandes eventos.
Como tínhamos adquirido o jersey do Team
Acreditar, tivemos acesso à boxe Acreditar, posicionada na frente da partida e
assim também poder contribuir para esta causa social.
A minha prova basicamente consistia em 2 subidas:
Manteigas-Penhas Douradas, na extensão de 19,4 km com uma percentagem de
inclinação de 3,8% e Seia-Torre com 31 km a 4,7%, contando esta com a famosa
subida do Adamastor com pendentes de 14%.
Aquando da partida, o pessoal estava muito
nervoso e todos queriam agarrar a frente do pelotão, que rolava muito forte,
sendo assim o constante esquerda-direita-meio-sima-baixo e algumas picardias
entre atletas.
Entrei a rolar forte, mas sem grandes euforias,
esperando pacientemente para o que vinha no final.
No final da 1ª parede, desci a grande velocidade,
atingindo cerca dos 70km/h, tendo mesmo conseguido ultrapassar vários atletas.
Ao km 46 estava montado o 1º abastecimento, na
cidade de Seia, onde apenas comi fruta, para não cometer o mesmo erro do
Dourogranfondo, e depois ficar mal disposto…lol..
O percurso não tinha muito de enganar e era
sempre a subir, simples.
Continuava com boas sensações, e decidi então atacar
a subida com força, conseguindo apanhar uma rodinha boa, que me ajudou a
ultrapassar vários atletas que iam mais torcidos que eu.
Claro que sofri a bem sofrer, mas estava a dar-me
um prazer, poder ultrapassar aquelas “belas” de 7 kg e eu com um cavalo de
9,200, onde não basta ter uma boa máquina, tem que se ter
pernas….estudasses…lol..
O 2º abastecimento estava no Adamastor- Km 67, na
subida mais dura do dia, mas eu decidi nem parar, abastecendo-me apenas em mais
alguns pontos de água que a organização disponibilizou devido ao calor que se
fazia sentir.
Quando ultrapassei o Adamastor, pensei que agora
restava-me rolar até à torre, mas acho que ainda sofri mais a seguir à lagoa
Comprida, em que ao fundo via a Torre, mas custava lá chegar.
O meu objetivo continuava apenas em continuar a seguir
a rodinha que trazia à vários quilómetros, até entrar na zona das barreiras,
que afrouxei para a foto de finisher.
Finalmente tinha superado mais uma etapa e
concluído mais um desafio. Passei
por Mondeguinho, Senhora do Espinheiro, Seia, S. Romão, Lapa dos Pinheiros,
Portela do Arão e Lagoa Comprida, até à torre a 1993 m de altitude.
Depois de ter recebido a medalha de finisher,
ainda tive forças para tirar uma foto com o Vítor Gamito, que posteriormente vi
que tinha ficado na posição anterior à minha no meu escalão…fim do mundo…lol..
Ficaram assim os 78,4 km feitos em 03H36, com
cerca de 2800+. Em termos de classificação consegui um honroso 9º geral em
master, pese embora ser master B, num total de 200 atletas que conseguiram
chegar ao fim. Na geral fiquei na 55 em 413 na geral.
Depois de confortar o estomago, restava usufruir
de toda a festa e esperar pelo Leite e Gouveia que tinham ido ao grande.
Foi muito agradável ver que tinham chegado ao fim
cansados, mas felizes com as suas prestações, conseguindo excelentes
resultados, é sempre bom ver os amigos triunfar.
Faltava descer novamente até Manteigas, para
tomar banho, comer algo a ainda assistir à entrega dos prémios.
Chegamos novamente ao centro de estágios, de
barriga cheia de tanta porradinha, mas felizes por mais esta conquista pessoal.
Mais uns mergulhos na piscina para o relaxar merecido
e mais um jantar agradável entre todos.
Resta-me agradecer uma vez mais ao convite do
Gouveia, às famílias presentes que tornaram tudo bem mais agradável e
descontraído e aos familiares do Gouveia pela simpatia, hospitalidade a amabilidade
como me receberam a mim e à minha família, pessoas extraordinárias.
O futuro de nós dirá....
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