18 Junho 2022 - EPX Extreme Penda Xurês

 Extreme Peneda- Xures (EPX 2022) - 2º lugar equipas - 150 km, 4.450+, 10H02 - Umas das ultras que me faltava na coleção. 

O percurso cruza as Serras da Peneda, Xurés, Soajo, Amarela e Laboreiro, pelos concelhos Portugueses de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e, pelos espanhóis de Lobios, Lobeira e Entrimo. 

 A tática é sempre a mesma, mesmo sem termos kms no monte, é entrar sempre à morte. Nos primeiros kms já sentia o sabor a sangue na boca. Fomos sempre assim até sensivelmente ao km 60, em que tive um furo na roda traseira. 

Não foi fácil solucionar o problema, pois o liquido tubless, secou a saida de ar da válvula e n deixava entrar nem sair ar, fazendo com que perdessemos perto de 25 minutos a resolver. Aqui, desmoralizei bastante, pois tinha deitado a perder todo o esforço e o risco que vinhamos a fazer.

O percurso era na sua grande maioria, estradões com muita pedra, mto duro, com subidas e descidas intermináveis de muita pedra, que foi fazendo estragos muto acentuados no corpo, Uma bike rígida c 100 à frente, nunca mais... 🥲...

Decidimos optar e bem pelo percurso intermédio. 
Nunca tinha sofrido tanto em cima de uma bike, foi extreme, tal a dificuldade do piso, altimetria e kms. Mas de faca na boca, pelas 18H30, lá terminámos na 2ª posição de duplas nos 150 kms, ultrapassados nos últimos 2 kms pela 1ª dupla, passando a ser White Wolf...n andamos nadinha, mas sofrer como cães, somos os maiores....


               






Quebrantahuesos 2021

     Um dia tinha de me internacionalizar e tinha de ser numa grande prova, por isso escolhi o Quebra Ossos, considerada uma das maiores provas de ciclismo amador. 
     Claro que o aparecimento da pandemia do Covid-19, originou vários cancelamentos de datas, criando alguma confusão, ficado decidido que passaria para 18 de Setembro 2021.  Esta escolha não foi fácil nem consensual, já que o risco era enorme uma prova nos Pirinéus em Setembro. 
     Não obstante tudo isso, decidimos arriscar e resolver já este ano a prova que nos fugia, contando com o Gouveia, para mais esta grande aventura.
    O Quebra Ossos, é uma prova de ciclismo amador, com 200 km e cerca de 3431+, percorrida pelos Pirinéus em Espanha e França, subindo algumas das montanhas mais duras e emblemáticas, como o Somport, Marie Blanque, Portalet e Hoz de Jaca. 
     Bem, chegou o verão e já tinha decido ir de férias com a família, e, como é normal, nunca levo bike nas férias. Sabia que era um risco enorme, pois tanto tempo de papo para o ar ia ter repercussões e teve, mas de forma consciente fiz e voltava a fazer exatamente o mesmo.
    Chegou o dia da viagem. Tínhamos visto o tempo que ia fazer e não estava muito mau, parecia que a sorte estava do nosso lado, mas contudo levamos alguma coisa para tempo mais frio, mal sabíamos o que aí vinha.
  Tendo em conta que tínhamos cerca de 920 km até Biescas, decidimos dividir a viagem e passar a noite em Burgos. Foi uma boa escolha, pois chegamos a meia da tarde, e de forma tranquila deu tempo para visitar a cidade e conhecer a sua imponente catedral.
     Na manhã seguinte seguimos caminho, efetuando uma paragem em Pamplona, para conhecer a monumental Praça de Touros.
   De seguida lá seguimos caminhos para Huesca, local onde íamos ficar instalados, para participar na prova. È uma pequena cidade, muito bonita, muito arranjada e bem cuidada, com casas muito peculiares. 
   Depois de instalados, fomos levantar os nossos dorsais para a "verdadeira", numa viagem de cerca de 10 km até ao centro de toda a operação e que seria local de início e fim da prova, sita na cidade de Sabinanigo.
    Ali tudo era em grande, com muitas condicionantes e controles devido ao covid, lá conseguimos obter o tão desajo dorsal, bem como outros recuerdos.
    O tempo estava magnífico, com uma temperatura que mais parecia verão, mas as más notícias começaram a aparecer, já que se ia falando que amanhã o dia ia estar muito mau, com muita chuva, mas sinceramente ninguem queria acreditar, tendo em conta a temperatura que se fazia sentir.
    Depois das fotos da praxe, regressamos ao hotel, para fazer um breve treininho, depois de tantos quilómetros sentados a viajar.
     As coisas iam ficando feias, com a organização a debitar novas determinações, sugestões e conselhos para o dia de amanhã, prevendo-se chuva muito forte e temperaturas baixas, instalando o caos e o medo. Bastava ler alguns cometários de atletas que conheciam bem os pirinéus e a perigosidade que era percorrer aquela zona em setembro e logo com alerta amarelo, devido à chuva e frio.  
     Não havia volta a dar, decidimos participar na mesma, tendo acordado às 06H00 manhã, para o pequeno-almoço.
      Fizemos a viagem até à partida ainda de noite, sentindo a azáfama de carros e de gente. 
      Logo se seguida, começou a trovejar violentamente, seguindo de chuva muito forte, pois bem, já não havia nada a fazer, estava tudo estragado. Dava para perceber, que centenas de atletas, não saíam de dentro dos carros, pois não tinham vontade de sair.
      Acabamos de ganhar coragem, já perto das 07H45. Tiramos as bikes do carro, acabamos por nos equipar e lá fomos para a nossa box. 
     Não sabíamos os números de participantes, mas dava para perceber que centenas de atletas não tinham tirado as bikes e outras centenas nem sequer tinham se deslocado para a prova. Sinceramente decidimos participar porque já tinhamos gasto imenso dinheiro, e, chegar ali e ir embora, era uma frustação enorme.
     Depois de ter sido dado o tiro de partida, lá fomos. O 1º objetivo era acabar e então depois tentar o tempo de ouro.
     A chuva torrencial foi o prato forte por longas horas do decorrer da prova.
     Tinha pensado começar com calma e aos poucos ir apertando conforme fossem as sensações. Mas, ainda não apreendi e comecei forte de mais. Na 1ª descida, o frio era tanto, que desci sempre a tremer e com muita dificuldade em ver a estrada, tal era a chuva.
 Mas com a continuidade, o frio foi diminuindo e com os quilómetros a dificuldade em manter o ritmo, era enorme, obrigando a diminuir. 
     A meio da 2ª subida, o Gouveia, que estava muito forte fisicamente, decidiu e bem, fazer a sua prova.
    Nesta altura, ainda antes dos 100 kms, devido à chuva imensa o gps, começou a ganhar vida, mudando constantemente os gráficos, acabando mesmo por bloquear. 
   Já não tava fácil e mais complicado ficou, por ter ficado sem referência aos kms, altimetrias e percentagens das subidas. Ainda tentei perguntar a um espanhol quntos kms faltava, mas era para esquecer, não entendia nada o que eles diziam.
    A prova foi feita quase sempre a sofrer, com longas subidas e em que as descidas não davam para recuperar, pois chovia imenso e tinhamos constantemente de diminuir a velocidade, com medo das quedas, pensando por diversas vezes em desistir, tal era o desgaste físico e mental que me encontrava. Só na parte final, deu para rolar forte e aliviar as dores, integrando num grupo bastante forte, que me ultrapassou.   
      Mas finalmente. lá cheguei à meta, concuindo os 200 km em 08H10.22. O mais engraçado é que para o meu escalão, depois de tudo que passei, acabei por não ter medalha de ouro por 22 segundos, é verdade, meu deus. 
     Em termos estatísticos, dos 6000 participantes que estavam inscritos, apenas 1900 partiram e destes, apenas 1445 chegaram ao fim....que brutalidade....No meu escalão terminaram 650, tendo conseguido ficar em 200. Na geral coletiva, fiquei em 621. Aqui dá para ter a noção de tudo que se passou.
      Bem, estava na hora de regressar a Huesca, relaxar um pouco e voltar a casa. 
      Ficou a sensação de objetivo cumprido, ficando com pena por não ter usufruido de toda esta organização excelente, das paisagens dos Pirinéus e me ter divertido mais.
      Obrigado ao meu companheiro de viagem, por mais esta aventura e pela classificação que conseguiu obter.
       O futuro de nós dirá.....

18 Julho 2020- Gaia-Pocinho

Gaia-Pocinho- 205 km. Após a lesão no tendão rotuliano, que me impediu duas semanas de treinar, aceitar um desafio desta natureza, era um risco elevado, contando com a agravante das temperaturas altas que se iriam fazer sentir. Mas eu não aceito estes desafios apenas kdo estou em grande forma e a treinar mto, nem mto menos pra ir medir "pilas" como mtos praticantes desta modalidade gostam de fazer.
Pois bem, começamos a rolar bem cedinho, para poder fugir ao calor, e assim, pelas 06H20 já estávamos na estrada. Estava combinado efetuar a 1ª paragem no Porto Antigo, mas como a equipa estava muito forte, decidimos passar para a Régua, já com 118 km nas patas.
Fizemos uma paragem técnica, mais prolongada para encher a mula, e dar um pouco de descanso ao meu joelho, que começava a ficar mal disposto e a ganir.
Segundo o guia- Pedro, tinha de chegar ao cimo de S. João Pesqueira, coisa fácil pensei, não fossem os 40º à sombra. Bem, a maior parte n lembro da subida, devia estar desmaiado, de tanto sofrer. A falta de treino e ritmo, adensou a dificuldade, mas ao pontapé, lá cheguei ao cimo, completamente agoniado, onde não consegui comer o que quer que fosse. Meu deus tone, tás morto, pensava para mim.
Bem, quem aqui chegou, também vai até ao fim, e aos poucos lá fui desenjoando até ganhar a moral habitual dos últimos quilômetros até ao Pocinho.
Assim foram realizados os 205 km, com 3000+ e 28 km/h.
Mas apenas uma parte estava feita e muito ainda estava para vir.
Depois de um belo banho refrescante de mangueira no restaurante "Taberna da Julinha", degustamos a bela carne Mirandesa, bom vinho Cadão, alheira, cogumelos, queijo e por fim saborosa sobremesa. Saímos satisfeitinhos da vida...e de que maneira....
Mas, tínhamos de regressar ao Porto e nada melhor, que regressar no comboio fantasma, super confortável, ar-condicionado, carruagens super atuais...n falta nada...ou quase tudo...lol...
Esta viagem é sempre um filme, que valeram pelas paisagens lindas que o Douro proporciona e pela boa disposição que o grupo teimava a manter...
Sou feliz e um privilegiado por estar entre pessoas que valorizam a amizade e o respeito, em detrimento de elitismos, egocentrismos, marcas de bicicleta, equipamentos ou cuecas....
Foi um grande dia, pois no final, acabamos por cumprir um grande desafio, com muita diversão e amizade. Agradeço a todos sem exceção, pelo enorme dia que me proporcionaram, ao Pedro, Afonso, Gouveia, Guerra e ao Zé Luis.....
O Futuro de nós dirá....


22 Setembro 2019 - Transcávado BTT

        Esta faltava na coleção. E eu só coleciono as difíceis. 
    Transcávado é uma prova guiada por GPS, percorrendo as margens do Rio Cávado, desde a nascente do Rio Cávado - Montalegre até Esposende.
      Esta prova, pode ser feita em duas etapas - Slowrace ou em apenas num dia - Race, numa extenção de 150 km, percorrendo os concelhos de Montalegre, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Amares, Braga, Vila Verde, Barcelos e Esposende.  
     Claro que escolhemos a Race, ou seja fazer em apenas num dia os 150 km com 4000+, na categoria de individual, de forma a cada um poder fazer a sua prova.
     Desta feita apenas o Gouveia aceitou o desafio de mais esta porrada. 
    Sábado lá nos deslocámos até Esposende, onde após levantar os dorsais, os participantes depositavam as bikes num camião, que as transportava até Montalegre e nós fomos de camioneta até ao local onde no dia seguinte partiamos, Pavilhão Multiusos Montalegre, onde estava montado o quartel general.
   Tendo em conta as condições metereológicas adversas, a organização foi obrigada a alterar o track, dimimuindo a altimetria em cerca de 300+ e tirar 6 km ao percurso total.  
      Ali chegados, escolhemos o local para pernoitar e desta feita tive mais sorte, pois o o pavilhão tinha muitas salas separadas, onde acabei por conseguir dormir muito melhor que noutras provas deste género. 
     Como tínhamos decidido levar o jantar, acabamos por fazer companhia ao Tomás, que também ia participar. De seguida fomos ver o "Glorioso" e beber um chazinho quantinho, pois estava um frio terrivel. 
       Após preparar a logística para o dia seguinte, acabamos por deitar cedo, já que a alvorada foi feita às 06H00, pois ainda tinhamos de tomar pequeno almoço e deixar o saco, na organização. 
          O briefing foi feito no castelo, com partida oficial dada às 07H00 e ainda com pouca luz.
       Tínhamos decicido fazer a prova juntos, de forma tranquila, tendo em conta que o tempo de treino baixou muito devido às alterações da nossas vidas profisionais. Não se pode exigir do corpo, aquilo que não o treinas.
        Mas lá está, mal foi dada a partida, pumba... o último é burro, não há hipótese de contrariar esta forma de estar. 
       Foi de tal forma à morte, que com 3,5 km eu ia com a boca seca a saber a sangue e com pulsação a 180. É pra esquecer, acaba por ser sempre mais forte que a minha vontade.
         Logo no início, houve um grupo que atacou logo, criando logo um fosse para um 2º grupo, onde eu ia com o Gouveia. 
         A 1ª parte da prova era extremamente dura, com muita altimetria, terreno duro e muito técnico, que ainda originou duas quedas, sem grande estragos. 
           A chuva no Gerês ainda se fez sentir, dando para arrefer o motor, que ia a babar óleo. 
       O mau tempo dos últimos dias e a passagem dos participantes que já tinham começado no sábado, dificultou em muito a prova, com muita lama e água, em que as patas sofriam para meter a bike a rolar. 
     Paramos nos vários abastecimentos para comer algo, sem grandes paragens. Tínhamos a noção que iam na nossa frente perto de 30 atletas e foram poucos, os que conseguiam passar por nós, íamos bem e confiantes. 
         Claro que à medida que os kms acançavam, a falta de treino começava a se fazer sentir, normal claro.
       Perto dos 105 km e num terrenno plano furei. Meti espuma e gaz e não me parecia que ia conseguir resolver o problema, bolas, azar...passados cerca de 5 km, fomos novamente obrigados a parar para meter mais co2 e aí fomos ultrapassados por um dupla, que depois no final acabou por um deles ficar em 3º lugar, claro que não sabíamos. 
          O azar de uns é a sorte de outros. Acabei por conseguir resolver o problema da roda e terminar.
          Cheguei completamente esgotado, não dava mais, estava esgotado.   
        No final marcou 156 com 3600+, feitos em 08H55, ficando em 28 geral de 5º no escalão, em que apenas conseguiram acabar a prova 124 atletas. 
       Sabíamos que vinhamos bem classificados, mas nunca pensamos que vínhamos naqueles lugares.    
        Ficou um misto de alegria e de tristesa, pois a 1ª dupla, curtou a meta 2 Horas atrás de nós, acabando de perder assim o nosso momento de fama, bolas...lol...
      Esta é sem dúvida uma grande prova, muito bem organizada, em que nada falha, desde os abastecimentos, dormidas, logística, etc.
       Sofri imenso para poder acompanhar o andamento do Gouveia, mas um dia vou-me vingar...mais uma ultramaratona feita...somos FINISHER TRANCÀVADO....siga...

27/28Abril 2019- TEX Templários Extreme 2019

       Ora aqui esta uma prova que faltava no meu currículo vastíssimo...lol...TEX- Templários Extreme 2019.
       Para esta refeição convidei o Gouveia e o Portela, para atacar Tomar. Sabíamos que a coisa ia pegar fogo, não fosse esta uma das provas por etapas, mais duras de Portugal.
      Cada vez mais é esta a minha praia, gosto de fazer provas por etapas ou ultramaratonas, e é para poder participar estas provas que continuo a treinar minimamente para conseguir ter coragem de ir à luta.
       Uma das coisas que mais me custa, e não me consigo habituar tem haver com o pessoal que ressona. Bolas, aquilo mais parece uma caverna cheia de ursos, o que origina a ficar de olho aberto a noite toda.
       Sabia que não ia ser uma noite fácil...lol...eram muitos participantes alojados em solo duro no pavilhão em Tomar, onde estava montado todo o quartel general dos TEX.
        Tentamos ficar o mais longe possível da entrada, mas a noite foi terrível com um colega a "atacar" toda a  noite, coitada da mulher...
       Tinha ficado combinado que cada um fazia a sua prova, conforme o seu andamento, sem termos a obrigação de andar juntos.
       Começada a 1ª etapa, os prós atacaram logo e ficou logo uma corrida louca. Bem, fui obrigado a diminuir pois o início é sempre feito de faca na boca, e esta não foi diferente.
       Foi toda uma etapa muito técnica e dura em que cumpri os 121,7 km com 3165+ em 07H39, conseguindo o 30º lugar a solo.              Dos 107 atletas que começaram, apenas 88 terminaram. Mais um dia de sofrimento e de dureza.
       Depois de um pequeno descando lá fomos ao jantar, que estava maravilhoso, mais parecia um casamento, não faltava nada.
       Tínhamos de descansar, e claro que estudei uma alternativa à noite passada. Vai então, peguei nas minhas coisas e fugi para uma sala contígua ao pavilhão, para assim poder dormir um pouco melhor, não funcionou na totalidade, mas sempre foi um pouco melhor.
2ª dia: ora bem, para hoje o Gouveia tinha decidido fazer a prova comigo, tal tinha sido o empeno no dia anterior.
       Foram assim feitos os 83 km com 2018+ em 05h15, conseguindo o 25 º lugar geral. Claro que foi mais um dia muito duro, sempre a dar tudo o que tinha.
       No final consegui um honroso 26º lugar dos 77 atletas que terminaram, pois muitos ficaram pelo caminho, devido à dureza da mesma e mesmo com problemas físicos e técnicos que acontecem, em provas desta dureza em btt.
           Sem dúvida o nome Extreme espelha bem o que se passa nesta prova de etapas de dois dias.
           Prova dura em distância e em altimetria, em que se tem de estar bem preparado para cá vir sofrer.
Obrigado aos meus companheiros de viagem, Portela e Gouveia por me acompanherem nestas loucuras, a verdade é que somos TEMPLÁRIOS...siga...

17 Maroço 2019- Grandefondo Arrábida


         Este ano tinha muita vontade ir ao Grandefondo da Arrábida, tal é a beleza daquele local.
        Claro que a altura do ano, é sempre um risco, mas decidi acompanhar o Gouveia que já lá tinha estado o ano passado e tinha gostado imenso.
      Decidimos fazer a viagem na 6ª feira, de forma calma, efetuando pequenas paragens para almoçar e lanchar, chegando ao Castelo de Sesimbra com tempo para levantar os dorsais e restantes brindes e ainda vislumbrar as paisagens das muralhas.
          De seguida fomos até à residência dos familiares do Gouveia, local onde íamos pernoitar.
         Como tínhamos as pernas inchadas da viagem, nada como pegar na bike e rolar, para relaxar as patas para amanhã.
        O descanso na noite da prova é sempre terrível e esta não fugiu à regra, pois não dormi nadinha.          Levantamos cedinho para fazer a viagem até ao Castelo de Sesimbra, onde já se sentia o stress de momentos antes do início da partida. A largada estava situada no sentido descendente do castelo, de forma alguma é o melhor local para tal, onde os toques e empurrões são normais e mesmo inevitáveis, mas enfim, pelo que vi, até correu bem.
         Bem, o início é sempre uma loucura. Estávamos na 4º box, mas enfim, lá conseguimos entrar na 3ª box, e mesmo assim, nem conseguíamos ver o início, tendo em conta o afunilamento que estava. Os primeiros quilómetros são a 1000, com as pernas a arder e o coração a explodir.
        Recordo de olhar para o Gps e na 1ª hora de prova, estava a rolar a 40 km/h, uma loucura, para mim claro.
       Assim, partimos do Castelo de Sesimbra, passagem pela Rotunda da Nato, estrada da lagoa de Albufeira, Muro das Necessidades, Serra da Arrábida, com passagem pela Vila de Sesimbra e regressar ao Castelo.
      Claro que a subida da Serra da Arrábida era o ponto forte, com subida longa e de uma beleza ímpar sem dúvida, que dava para aliviar o sofrimento sempre que olhava pelo meu ombro esquerdo.
      A determinada altura da prova, achei imensa piada, quando acabei por ficar a rolar sozinho e a alta velocidade, a descer claro e com uma mota da Gnr a cortar o transito, até parecia que ia em primeiro. A velocidade era tal, que até surpreendi o motard da GNR, que quando deu por ela, eu já estava colado à traseira da mota e tive de travar, foi brutal
       Aguentei enquanto tive forças para aguentar o ritmo e tive de deixar ir os mais fortes.
     Mesmo assim, entrei num grupo bastante forte, em que todos ajudaram e passavam pela frente, acabou por ser bonito a entreajuda de todos, o que nem sempre acontece nestas provas.
      Cheguei ao fim satisfeitinho da vida, onde percorri os 125 km com 1815+, feitos em 03H54, com média de 32,5 km/h, conseguindo um brilhante 27º escalão, onde fiquei muito contente com todo o esfoço e resultado.
      Depois do almoço, foi fazer novamente a viagem…e que viagem, até casa.
      Um grande fim de semana na companhia do meu amigo Gouveia, venha a próxima loucura.