Por vários imprevistos, não estava fácil arranjar
parceiro para me acompanhar nesta deslocação a Vale de Cambra, para mais uma
etapa do circuito Gps Epic.
Contudo mesmo no soar do gongo, o Gouveia lá se
conseguiu desenrascar e assim regressou novamente ao monte, já que até ficou fã
do circuito.


Chegados ao local da partida, onde estava todo o
staff reunido e já com bastante pessoal, cheio de vontade de pedalar, fomos
presenteados com um frio terrível, que de todo estávamos à espera de tal
receção, agravando o facto de o equipamento ter ficado em casa a dormir.


No estudo da etapa, tinha assinalado como
prioridade para comer algo, a aldeia de Paraduça, ao km 36 e ainda bem que o
fizemos, pois não faltava comida boa, que também serviu para descansar um pouco
e retemperar forças para o que faltava.

O ritmo continuava como desde início, forte,
forte, fortíssimo. O meu joelho, que não estava bem desde o início da etapa,
começava a dar sinais de não estar a gostar muito da coça velha e ia chorando
de dor…lol..
Rapidamente entramos num terreno baldio, na
Aldeia de Paraduça- Arões – Serra da Freita, local onde se encontravam imensas
pessoas a plantarem árvores, já que se festejava o dia internacional das
florestas e contava ainda com a presença da Ministra Agricultura e do Mar.
Numa picada, o Gouveia decidiu fazer uma
paradinha e eu… pimba…charco, e logo na altura que o fotógrafo estava bem em
cima do acontecimento. Ainda o tentei persuadir a não publicar a foto, vamos
ver se ele respeita…lol…
O pneu da frente da bike do Gouveia, continuava a
dar problemas e para não demorar ainda mais tempo, decidimos tentar fazer uma
troca à F1 e num pestanejar já rolávamos monte acima a grande velocidade.


Basicamente as descidas eram feitas a grande velocidade e as subidas eram
sempre feitas em cima da bike a pedalar forte. Não foi fácil acompanhar e ainda
avisei o meu companheiro que faltavam muitos quilómetros e que poderíamos pagar
um preço alto pelo andamento que estávamos a impor, mas acho que quanto mais
falava, mais ele atacava. Então decidi ferrar os dentes e seguir na roda dele
até ao ponto mais alto e juntos recebermos a medalha de superação dos 70 km,
recordação simbólica oferecida por esta equipa.
Apenas nos restava concluir a etapa, mas os cerca
de 6 quilómetros que faltavam, foram um tormento para o meu pescoço, agradecendo
a pedra solta, num terreno muito duro, que tanto caracteriza aquele local.


Para a posteridade ficaram 72,5 km feitos, com uma
altimetria de 2400+ em 05H45.

Uma vez mais obrigado ao meu companheiro-
Gouveia, em mais uma viagem dura, como costumamos dizer: “viemos de barriguinha
cheia”, tal foi o empeno. Agora resta recuperar, lamber a feridas e venha o próximo… lol
1 comentário:
Excelente reportagem, à semelhança no ano anterior ;)
Compreendo a dificuldade do percurso (pois andamos cá todo o ano) :) mas para vos levar aquelas aldeias e paisagens, infelizmente até foram os melhores caminhos que temos :( o investimento na floresta aqui na região é muito fraco... este evento tem um bocado a intenção de dar o alerta para a necessidade de se investir mais no interior e que os estradões e caminhos florestais tão são importantes... mas depois aqui também nascem pedras, o que torna sempre o andamento complicado :)
Abraço dos Duros e boas pedaladas
Joel Santos
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